Ciência

Dispositivo que estimula nervo ajuda pacientes paralisados a andar

Três pacientes com lesão na medula espinhal conseguiram caminhar, pedalar de bicicleta e nadar

Paciente treina na Universidade de Lausanne após receber implante espinhal (NeuroRestore/Jimmy Ravier/Handout/Reuters)

Paciente treina na Universidade de Lausanne após receber implante espinhal (NeuroRestore/Jimmy Ravier/Handout/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 16h40.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2022 às 19h35.

Três pacientes cujos membros inferiores do corpo ficaram completamente paralisados após sofrerem lesões na medula espinhal conseguiram andar, pedalar de bicicleta e nadar usando um dispositivo de estimulação nervosa controlado por um tablet com "touchscreen", relataram pesquisadores nesta segunda-feira.

As lesões dos pacientes em uma região chamada coluna torácica -- abaixo do pescoço e acima da parte inferior das costas -- ocorreram entre um e nove anos antes de receberem o tratamento.

Os pacientes puderam dar seus primeiros passos dentro de uma hora após os neurocirurgiões implantarem os primeiros protótipos do dispositivo que estimula o nervo, que é controlado remotamente por um software de inteligência artificial.

Nos seis meses seguintes, os pacientes recuperaram a capacidade de realizar atividades mais avançadas, como caminhar, andar de bicicleta e nadar em ambientes comunitários fora da clínica, controlando os próprios dispositivos de estimulação nervosa a partir de um tablet com "touchscreen", disseram os pesquisadores.

Todos os pacientes, homens de 29, 32 e 41 anos, sofreram as lesões em acidentes de moto.

Grégoire Courtine e Jocelyne Bloch, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, lideraram o estudo publicado na revista Nature Medicine. Além de ajudarem a estabelecer uma empresa de tecnologia com sede na Holanda chamada Onward Medical, que está trabalhando para comercializar o sistema.

A empresa espera lançar um teste em cerca de um ano envolvendo 70 a 100 pacientes, principalmente nos Estados Unidos, disse Courtine.

Não existe tratamento que permita que a medula espinhal se cure, mas os pesquisadores têm buscado maneiras de ajudar as pessoas paralisadas a recuperar a mobilidade por meio da tecnologia.

Se os primeiros resultados deste estudo forem confirmados em estudos mais amplos, pessoas imobilizadas por lesões na medula espinhal poderão um dia abrir um smartphone ou falar com um smartwatch, selecionar uma atividade como "andar" ou "sentar" e enviar uma mensagem para um dispositivo implantado que irá estimular seus nervos e músculos a fazerem os movimentos, disseram os pesquisadores.

Eles observaram que, embora os pacientes tenham recuperado a capacidade de realizar várias atividades, incluindo o controle dos músculos do tronco, por "períodos extensos", os pacientes não recuperaram os movimentos naturais.

Ainda assim, Bloch disse: "Quanto mais eles treinam, quanto mais eles começam a levantar seus músculos, mais fluido se torna".

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