Ciência

Diferente, vacina da Novavax contra covid-19 é aprovada em testes

Vacina da Novavax utiliza as próprias proteínas do coronavírus para ativar uma resposta imune do organismo

Diversas empresas estão tentando criar uma vacina contra o novo coronavírus (Dado Ruvic/Reuters)

Diversas empresas estão tentando criar uma vacina contra o novo coronavírus (Dado Ruvic/Reuters)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 17h53.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 18h02.

Testes iniciais com uma vacina produzida pela empresa americana Novavax contra o coronavírus apresentaram resultados positivos. De acordo com um estudo publicado na quarta-feira, 2, no The New England Journal of Medicine, a nova vacina gerou uma resposta imune positiva contra a infecção do vírus SARS-CoV-2.

A Novavax corre por fora para criar uma vacina contra o novo coronavírus. A empresa nunca produziu uma vacina em mais de três décadas de existência. A fórmula da Novavax é diferente das utilizadas por outras farmacêuticas como AstraZeneca e Sinovac, pois usa proteínas do próprio vírus para ativar uma resposta imune. A companhia recebeu mais de 1,6 bilhão de dólares do governo americano para desenvolver a vacina.

Os testes foram realizados em 131 voluntários que vieram da Austrália e tinham menos de 60 anos. A maior parte (83) recebeu um composto aditivado que impulsiona o efeito. Outras 25 pessoas foram vacinadas sem o aditivo. O restante dos voluntários fez parte do grupo de controle, recebendo um placebo.

Esta é a fase 1 de testes clínicos. Nesta etapa, poucos pacientes recebem a carga antiviral e os pesquisadores avaliam possíveis efeitos colaterais. A vacina ainda precisa passar pelas fases 2 e 3. A partir de então, a terapia de imunização é aplicada em grupo de milhares de pessoas, para ser aprovada e, eventualmente, chegar ao mercado.

A primeira fase de testes clínicos também é utilizada pelos pesquisadores para realizar as primeiras observações sobre a eficácia da vacina em relação à imunização. Os resultados iniciais mostram que todos os pacientes desenvolveram anticorpos contra a doença e que o aditivo utilizado ajudou a acelerar a produção destas defesas.

Outro ponto analisado pelos pesquisadores foi o aparecimento de células-T nos 16 pacientes selecionados aleatoriamente para os testes. Esse tipo de célula pode fornecer uma defesa maior ao organismo contra o vírus, diferentemente dos anticorpos que podem deixar de existir em alguns meses, conforme apontam algumas pesquisas.

Para as próximas etapas, os pesquisadores estão recrutando mais 2.904 pessoas para receberam voluntariamente uma dose da vacina (ou de um placebo) contra o novo coronavírus.

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