Como uma tinta branca pode ajudar a combater o aquecimento global
O novo componente pode ser um aliado para ajudar a reduzir o aumento da temperatura do planeta
Lucas Agrela
Publicado em 17 de abril de 2021 às 14h49.
Última atualização em 23 de julho de 2021 às 10h57.
Uma nova tinta super branca pode ajudar a combater o aquecimento global . Detalhada em uma pesquisa publicada no periódico científico ACS Applied Materials & Interfaces, a tinta usa sulfato de bário e se mostrou capaz de absorver 98,1% da luz solar refletida. Com isso, a absorção de calor é de 1,9%.
Em horário de sol a pino, uma superfície com a nova tinta se mostrou 4,4 graus Celsius abaixo da temperatura ambiente. Já à noite, a diferença chegou a 10,5 graus Celsius.
O sulfato de bário não é um material incomum. Ele é usado, por exemplo, em maquiagens. No entanto, para ter um impacto no aquecimento global, muitas superfícies do mundo precisariam ser pintadas com a nova tinta, entre 0,5% e 1% das construções do planeta.
A nova tinta apresentada por pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, não é a primeira. Uma tinta semelhante foi apresenta em outubro do ano passado, baseada em carbonato de cálcio. A nova, entretanto, é ainda mais eficiente na absorção de luz solar, registrando taxa de 98,1% contra 95,5% da anterior.
A preocupação com o reflexo da luz solar e propagação de calor em cidades visa diminuir o ritmo de aquecimento da temperatura do planeta. Os anos de 2016, 2019 e 2020 foram os mais quentes desde 1880, segundo comunicado da Organização Meteorológica Mundial (OMM) . O ano 2020 teve 1,2 grau Celsius acima das temperaturas da era pré-industrial. Novas tinturas podem ajudar a reduzir, por exemplo, o efeito conhecimento como ilha de calor, comum em áreas urbanas.