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Clarão misterioso no céu de São Paulo e Minas: o que causa esse fenômeno?

Vídeos publicados em redes sociais de diferentes ângulos e lugares mostram o momento que o objeto extraterrestre ilumina o horizonte e aumentaram o mistério

 (Redes sociais/Reprodução)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 07h56.

Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 07h56.

Paulistas e alguns mineiros acordaram assustados por volta das 5h da manhã desta quarta-feira, 3, após verem um clarão aparentemente inexplicável tomar conta do céu durante a madrugada em algumas cidades. Vídeos publicados em redes sociais de diferentes ângulos e lugares mostram o momento que o objeto extraterrestre ilumina o horizonte e aumentaram o mistério. Mas, segundo astrônomos com anos de experiência na observação do que acontece lá em cima, o fenômeno é mais comum do que se imagina.

O clarão - alvo de brincadeiras nas redes como uma possível invasão alienígena - é, na verdade, um bólido, tipo de meteoro extremamente brilhante. Pelo menos é o que afirma Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Esses eventos acontecem algumas vezes por ano, mas existe uma contabilidade sobre se ele é observado ou não, porque pode acontecer durante o dia ou em áreas vazias, como os oceanos", explica.

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"De qualquer forma, esses eventos quase nunca representam qualquer perigo, a não ser que seja algo realmente muito grande. Mas isso é muito difícil', acrescenta o professor. "Geralmente esses fenômenos são mais espetáculos visuais do que um risco para nós."

Diana Paula Andrade, astroquímica e professora do Observatório do Valongo da UFRJ, aponta ainda que sentimos os bólidos "mais frequentes" porque tem aumentado a quantidade de pessoas e câmeras monitorando os céus, por mais que ela ainda esteja aquém do necessário. A precisão do tamanho desses "corpos extraterrestres", entretanto, depende de encontrar ou não meteoritos que tenham se desprendido durante a explosão, algo que ela classifica como "muito difícil".

"Nem sempre ele cai no lugar que é visto. E, mesmo que você saiba que está em um campo, ainda é difícil encontrá-lo. No caso das cidades grandes, o resgate fica ainda mais complicado porque elas geralmente estão próximas ao litoral e há uma grande extensão de água", conta.

Como a poluição luminosa dos grandes centros também é maior, esses fenômenos costumam ser mais observados em áreas rurais ou no interior, onde o contraste no céu deixa a imagem mais clara.

Diana e Gonçalves, entretanto, deixam claro que não é preciso se preocupar com uma possível situação tipo a do filme Não olhe pra cima. Até hoje não houve registro de pessoas que morreram atingidas por um meteorito, muito menos de planetas inteiros. "Já temos relatos de vacas que morreram e de uma mulher que recebeu o impacto na barriga depois de o objeto ricochetear na parede, mas ela sobreviveu", explica a astrofísica.

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