Cientistas dos EUA anunciam avanço em impressão 3D de partes do coração
A técnica pode ajudar pacientes que esperam por um transplante cardíaco, mas primeiro terá que ser validada com testes em animais e só depois em humanos
AFP
Publicado em 1 de agosto de 2019 às 19h29.
São Paulo — Cientistas americanos criaram com sucesso partes do coração feitas em colágeno usando uma bioimpressora em 3D , um avanço tecnológico graças ao qual, asseguraram, algum dia poderão criar órgãos inteiros.
Sua técnica, publicada na revista Science desta quinta-feira (1), replica as estruturas biológicas complexas do corpo, que aportam a configuração e os sinais bioquímicos necessários para que os órgãos funcionem.
"Podemos mostrar que é factível imprimir em 3D uma válvula do coração em colágeno e que funcione", explicou à AFP Adam Feinberg, um dos coautores do estudo.
As tentativas anteriores de criar estas estruturas, conhecidas como matrizes extracelulares, falharam porque as impressões tinham resolução baixa ou o tecido não era válido.
O colágeno, que é um biomaterial perfeito para estes projetos, pois é encontrado em todos os tecidos do corpo humano, é fluido, razão pela qual, inicialmente, ao se tentar imprimi-lo se tornava em um material gelatinoso.
Mas os cientistas da Universidade Carnegie Mellon foram capazes de lidar com o problema utilizando mudanças rápidas do pH para que o colágeno solidificasse de forma controlada e rápida.
"Esta é a primeira versão de uma válvula, pelo que tudo o que conseguirmos será melhor e melhor", disse Feinberg.
A técnica pode ajudar algum dia pacientes que esperam por um transplante cardíaco, mas primeiro terá que ser validada com testes em animais e eventualmente, em seres humanos.
"Acho que a curto prazo, servirá para reparar um órgão já existente", como um coração com perda de funcionamento por um infarto ou um fígado degradado, explicou Feinberg.