Cientistas chineses criam o maior universo virtual do mundo
A criação pode ajudar a investigar questões como a natureza e extensão da matéria escura, um dos grandes enigmas científicos do momento
EFE
Publicado em 27 de julho de 2017 às 14h57.
Última atualização em 27 de julho de 2017 às 18h05.
Pequim - Auxiliados pelo supercomputador mais veloz do planeta, o Sunway TaihuLight, cientistas chineses conseguiram criar o maior universo virtual nunca antes alcançado, informou nesta quinta-feira o jornal "South China Morning Post".
Este universo foi criado por meio de uma hora de cálculos do computador em sua máxima potência, usando 10 milhões de processadores multinúcleo, e criando com isso 10 trilhões de partículas digitais que, segundo os cientistas, reproduzem o nosso universo nos seus períodos mais jovens.
"Conseguimos chegar ao momento em que tinham transcorrido 10 milhões de anos desde o Big Bang, uma etapa muito jovem do universo (que atualmente tem 1,3 bilhão de anos) em que a maioria das galáxias ainda não tinham nascido", destacou o professor Gao Liang, do Observatório Astronômico Nacional.
Este universo virtual é cinco vezes maior que o até agora considerado maior, gerado no mês passado por astrofísicos na Universidade de Zurique (Suíça).
A recriação pode ajudar a investigar questões como a natureza e extensão da matéria escura, um dos grandes enigmas científicos do momento.
Além disso, também pode servir como "mapa" para o maior radiotelescópio do mundo, o FAST, que também está na China e foi inaugurado no ano passado na província central de Guizhou.
O supercomputador Sunway TaihuLight, com base na cidade chinesa de Wuxi, é considerado o mais rápido do mundo desde o ano passado, segundo a lista Top500.
Com uma velocidade de 93 petaflops, é três vezes mais potente que o Tianhe 2, o segundo mais rápido do mundo, também na China.
As recriações de universos virtuais para estudos físicos começaram na década de 1970 e então eram criados com apenas milhares de partículas digitais. Apenas em anos recentes se superou o patamar do trilhão de partículas por meio de supercomputadores de países como Estados Unidos, Japão e China.
A expectativa é que os chineses consigam em breve maiores avanços neste campo, dado que o país desenvolve uma nova geração de supercomputadores até 10 vezes mais rápidos que o Sunway TaihuLight, que poderiam começar a funcionar no final desta década.