HANBIT-Nano: foguete é da empresa sul-coreana Innospace (Innospace/YouTube/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 07h20.
O CEO da empresa sul-coreana Innospace pediu “profundas” desculpas aos acionistas após a explosão do foguete HANBIT-Nano durante o primeiro lançamento comercial da história do Brasil.
Em carta divulgada nesta terça-feira, 23, Kim Soo-jong lamentou o insucesso da missão realizada a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e afirmou que a companhia fará uma investigação “minuciosa”.
Segundo o executivo, o foguete decolou normalmente e iniciou a manobra de inclinação para inserção orbital conforme o planejado. O motor do primeiro estágio operou de forma regular, mas uma falha foi registrada na sequência. “Aproximadamente 30 segundos após o lançamento, uma anomalia foi detectada na aeronave”, afirmou.
De acordo com Soo-jong, seguindo os protocolos de segurança, foi adotada a medida de queda do veículo dentro da zona de segurança terrestre. “Consequentemente, a missão foi encerrada e houve a ocorrência de chamas devido ao impacto com o solo após a queda”, disse o CEO.
A missão tinha como objetivo colocar em órbita terrestre baixa, a cerca de 300 quilômetros de altitude, cinco satélites de clientes e três cargas úteis experimentais não separáveis. Com a falha técnica, a inserção orbital não foi concretizada. Ainda assim, o CEO destacou que “os sistemas de segurança funcionaram conforme o projetado, e não houve vítimas nem danos adicionais aos arredores”.
O executivo afirmou que a Innospace atua em conjunto com as autoridades brasileiras para apurar as causas do incidente e que, apesar do resultado, o voo gerou informações relevantes. “Esses dados serão amplamente utilizados para melhorias técnicas, aumento da confiabilidade e aperfeiçoamento do design”, ressaltou.
Na carta, Soo-jong agradeceu o apoio dos acionistas e pediu que continuem parceiros do projeto. “Lamentamos profundamente e nos desculpamos por não termos alcançado o resultado esperado neste primeiro lançamento comercial”, afirmou, destacando a complexidade do desenvolvimento e da operação de veículos lançadores.
O lançamento ocorreu às 22h13 de segunda-feira, em Alcântara. Segundos após a decolagem, a transmissão ao vivo foi interrompida, com a exibição da mensagem “We experienced an anomaly during the flight” (“Tivemos uma anomalia durante o voo", em tradução livre).
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o foguete teve uma “anomalia” que o fez “colidir com o solo”.
Segundo a FAB, equipes da corporação e do Corpo de Bombeiros do CLA foram enviadas para analisar os destroços e a área de impacto.
“Todas as ações sob responsabilidade da FAB para coordenação da operação (…) foram cumpridas exatamente conforme planejado”, diz a nota. A Operação Spaceward marcou o primeiro lançamento comercial do Brasil.
Veja a nota completa da FAB:
A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, nesta segunda-feira (22/12), no contexto da Operação Spaceward, o foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, foi lançado às 22h13 (horário de Brasília) a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).
Na ocasião, após a saída da plataforma, o veículo iniciou sua trajetória vertical conforme previsto. No entanto, houve uma anomalia no veículo que o fez colidir com o solo.
Uma equipe da FAB e do Corpo de Bombeiros do CLA já foi enviada ao local para análise dos destroços e da área de colisão. Todas as ações sob responsabilidade da FAB para coordenação da operação, que envolvem segurança, rastreio e coleta de dados foram cumpridas exatamente conforme planejado, garantindo um lançamento controlado e dentro dos parâmetros internacionais do setor espacial.
As equipes técnicas da Innospace seguem atuando na análise dos dados e na apuração das causas do ocorrido, em conjunto com a FAB e com os demais órgãos e instituições envolvidos na operação.
Demais informações serão divulgadas oportunamente, à medida que as avaliações avancem.
*Com informações do Globo