Butantan recebe autorização da Anvisa para testes do soro anti-Covid
O material, desenvolvido a partir do plasma de cavalos, tem como foco reduzir os sintomas de infectados pela doença
André Lopes
Publicado em 25 de maio de 2021 às 11h52.
Última atualização em 25 de maio de 2021 às 14h28.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu nesta terça-feira, 25, que o Butantan inicie os testes em seres humanos de um soro anti-Covid.
Trata-se de um medicamento feito a partir do plasma de cavalos, e que tem como foco reduzir os sintomas de infectados pela doença. Ele não é capaz de curar e tem intuito de tratamento.
Segundo o Butantan, o instituto aguardava a liberação da Agência desde de março, quando o pedido de aprovação foi realizado.
Com o aceite, os testes devem ser iniciados já na próxima semana, em pacientes transplantados de rim, no Hospital do Rim, e pacientes com comorbidades no Hospital das Clínicas.
O soro anticovid é produzido com anticorpos contra o coronavírus que são retirados do plasma de cavalos que tiveram contato com o vírus.
O processo é semelhante à produção de soros antiofídicos, contra venenos, por exemplo.
Diferentemente de uma vacina, que age de forma preventiva, ou seja, antes das pessoas se infectarem, o soro funciona em quem está doente, como uma maneira de ajudar o sistema imunológico no combate à doença. Por isso, não é encarado como uma medida preventiva contra o coronavírus.
O soro é mais indicado para pessoas com potencial de desenvolver um quadro grave de covid-19, como os idosos. Além do soro, é preciso administrar outros medicamentos para ajudar o próprio corpo a combater a infecção. Os mais comuns são anti-inflamatórios, corticoides e, em casos mais graves, anticoagulantes.