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Brincar ao ar livre pode reduzir risco de miopia em crianças

Além da genética, diversos fatores externos influenciam no desenvolvimento da baixa visão

. (Monkey Business Images/Thinkstock)

Lucas Agrela

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 16h00.

Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 16h00.

São Paulo - A miopia já é considerada epidemia por especialistas de saúde. Em 2050, a Organização Mundial da Saúde estima que metade da população mundial terá dificuldades para enxergar objetos distantes sem a ajuda de óculos e lentes de contato. Mas há uma maneira simples de evitar essa estimativa: deixando as crianças brincarem fora de casa.

Além da genética, uma das principais causas da miopia é o hábito de passar várias horas do dia em ambientes fechados, seja por preferência ou obrigação. Muitos estudos recentes apontam que o aumento do tempo em ambientes externos é um aliado na prevenção do problema, pois o olho é estimulado a aumentar o alcance do que é enxergado e o contato com a luz do dia contribui para manter a saúde ocular.

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Quando se trata de miopia, quanto mais cedo o combate a fatores externos que afetam a visão, melhores os resultados. Um estudo realizado pela King's College, em Londres, acompanhou o crescimento de mais de mil pessoas nascidas na Inglaterra e no País de Gales entre 1994 e 1996, observando o desenvolvimento, o comportamento e a educação que receberam através de questionários e testes.

"Não há muito o que fazer quando o seu filho nasce... mas períodos dentro de casa fazendo atividades internas aumentam o risco de miopia", disse Katie Williams, autora do estudo publicado no British Journal of Ophthalmology, em entrevista ao The Guardian. "Um equilíbrio saudável de tempo ao ar livre e um equilíbrio durante a educação precoce é importante."

Fatores externos influenciam mais do que se pensa

Observando os dados, a equipe descobriu que uma série de fatores relacionados à exposição da criança aos estímulos do ambiente pode ser bastante relevante para a manutenção de uma boa visão. Indivíduos que nasceram no verão, por exemplo, tinham quase o dobro de chances de serem míopes, o que, segundo os pesquisadores, provavelmente é devido ao início das aulas, que acontece mais cedo por lá.

Além disso, para cada nível mais alto de educação que a mãe tinha, as chances de o filho ser míope na adolescência aumentaram 33%, o que pode acontecer devido a uma ligação genética entre miopia e inteligência, ainda não foi confirmada por pesquisadores, ou por outros fatores genéticos e sociais, como classe e incentivo aos estudos.

Outro dado, dessa vez mais óbvio, é o tempo passado em frente às telas de dispositivos digitais. Observando outros estudos, a equipe avaliou que cada hora extra que a criança gastava com jogos de computador aumentava em 3% as chances de desenvolver miopia.
"Nós sabemos de estudos genéticos anteriores que a genética desempenha um papel importante na variância da população", disse Williams. "Mas a genética não pode explicar [porque a miopia está se tornando mais comum] porque os genes não podem mudar tão rapidamente ao longo de algumas gerações, então deve ser a pressão da infância moderna que está causando um aumento na prevalência".

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