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Bêbados sabem quando erram, diz pesquisa

Um novo estudo promete tirar da bebida a culpa pelos atos falhos: segundo cientistas americanos, o álcool não reduz a consciência das pessoas

Estudos genéticos devem ajudar os cientistas a compreender melhor por que as pessoas bebem (Peter MacDiarmid / Getty)

Estudos genéticos devem ajudar os cientistas a compreender melhor por que as pessoas bebem (Peter MacDiarmid / Getty)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 07h33.

São Paulo- Quem nunca presenciou a cena de um bêbado em atitudes constrangedoras que atire a primeira dose ao santo.

O álcool, bem sabe-se, é responsabilizado por grande parte das chamadas “besteiras” que os seres humanos fazem na vida.

Um novo estudo, no entanto, promete tirar da bebida a culpa pelos atos falhos: segundo cientistas americanos, o álcool não reduz a consciência das pessoas de que elas estão errando – ele simplesmente faz com que você não ligue para isso.

A equipe de Bruce Barthlow, da Universidade de Missouri, constatou que o álcool apenas “deixa bobo” o sinal do cérebro que alerta: “você está cometendo um erro”.

Quando as pessoas erram, a atividade do cérebro na área responsável por monitorar o comportamento aumenta, enviando um alarme indicando que algo está errado. O estudo não é o primeiro a mostrar que o álcool reduz esse sinal de alarme mas, diferentemente dos anteriores, mostra que a bebida não diminui a consciência dos erros em si, apenas o quanto você se importa com eles.

Ou seja: você ainda sabe o que é certo e errado.

Barthlow e sua equipe mediram a atividade cerebral de 67 pessoas, de 21 a 35 anos, enquanto elas completavam uma tarefa em um computador. Cerca de um terço das pessoas recebeu bebida alcoólica, um terço recebeu bebidas não alcóolicas e o restante recebeu placebo. Além de monitorar a atividade cerebral, os participantes tiveram seu humor medido.

O monitoramento mostrou que o sinal de alarme do cérebro em resposta aos erros é muito menor naqueles que haviam consumido álcool – mas estes participantes demonstravam a mesma noção de que haviam errado dos outros que não haviam bebido.


O estudo também revelou que quem consumiu álcool se mostrou menos calmo e cuidado nas tarefas seguintes aos erros – enquanto a tendência normal após os erros, entre os sóbrios, é ir mais devagar.

Outro dado interessante: a maioria dos participantes alcoolizados disse se sentir “menos negativa” depois de beber.

O estudo ajuda os pesquisadores a entender como o álcool atua no cérebro e pode ser utilizado em pessoas que precisam reduzir o sinal de alarme do cérebro – como que sofre com ansiedade crônica.

A pesquisa “Alcohol Effects on Performance Monitoring and Adjustment: Affect Modulation and Impairment of Evaluative Cognitive Control" sera publicada na Journal of Abnormal Psychology.

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