Repórter
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 21h24.
O CEO da InnoSpace, Kim Soo-jong, emitiu um pedido de desculpas nesta terça-feira, 23, pelo insucesso do lançamento do foguete HANBIT-Nano, em um comunicado aos acionistas. O executivo também informou que a empresa mantém o plano de realizar novos lançamentos comerciais no primeiro semestre de 2026.
O foguete, primeiro veículo comercial lançado a partir do Brasil, sofreu uma explosão poucos instantes após a decolagem, ocorrida na segunda-feira, 22. Durante a transmissão ao vivo, a equipe responsável exibiu a mensagem “We experienced an anomaly during the flight”, indicando a identificação de uma falha durante o voo. A missão não contava com tripulação.
"Com base nos dados e análises obtidos neste lançamento, a empresa dará início rapidamente às correções técnicas necessárias e a verificações adicionais, passando por um processo adequado de melhorias. Nosso objetivo é retomar os lançamentos comerciais no primeiro semestre do próximo ano", escreveu Kim.
Na carta, Kim Soo-jong citou experiências semelhantes enfrentadas por outras empresas do setor espacial, como a SpaceX, que passou por diferentes etapas até alcançar lançamentos sem intercorrências.
"Assim como ocorreu com outras grandes empresas globais de lançadores, que aumentaram a maturidade tecnológica acumulando dados reais nas fases iniciais de seus lançamentos comerciais, acreditamos que esta experiência será uma base fundamental para elevar a probabilidade de sucesso dos próximos lançamentos", declarou o CEO da InnoSpace.
Ele também mencionou episódios relatados pela imprensa internacional, incluindo um caso em que destroços da nave Starship quase atingiram aeronaves comerciais após uma explosão registrada em janeiro, segundo o Wall Street Journal.
Embora o documento não detalhe se os próximos lançamentos ocorrerão a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, a Agência Espacial Brasileira informou que a InnoSpace mantém um acordo de prestação de serviços com o governo brasileiro. Esse contrato permite a realização de novas tentativas de lançamento no país, o que abre a possibilidade de operações ainda em 2026.
O acordo firmado não prevê repasse financeiro ao Brasil. No entanto, o país recebe transferência de conhecimento técnico para o desenvolvimento do programa espacial nacional e para a exploração comercial da base de Alcântara por outros países.
A InnoSpace informou que a explosão do HANBIT-Nano foi causada por uma anomalia identificada cerca de 30 segundos após o lançamento. Diante da falha, a empresa acionou o procedimento de segurança que determinou a queda controlada do veículo dentro da área delimitada. As causas do problema ainda não foram divulgadas.
A missão tinha como objetivo colocar em órbita equipamentos voltados à coleta de dados ambientais, testes de comunicação, monitoramento de fenômenos solares e validação de tecnologias de navegação. O voo não era tripulado.
Após o incidente, equipes da Força Aérea Brasileira e do Corpo de Bombeiros do Centro de Lançamento de Alcântara foram deslocadas para o local para avaliar os destroços e a área atingida. Os fragmentos do foguete caíram dentro do perímetro da base.