Ciência

Anticorpo da farmacêutica Eli Lilly reduz internações e mortes por covid-19 em 70%

Segundo dados divulgados pela companhia, a combinação dos anticorpos neutralizantes bamlanivimab e etesevimab conseguiu impedir que quadros se tornassem graves

Eli Lilly: combinação de anticorpos mostrou bons resultados (Daniel Acker/Bloomberg/Getty Images)

Eli Lilly: combinação de anticorpos mostrou bons resultados (Daniel Acker/Bloomberg/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 15h46.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 15h51.

Os anticorpos sintéticos fabricados pela farmacêutica americana Eli Lilly foram responsáveis por uma redução de 70% no número de mortes devido a complicações causadas pelo novo coronavírus.

Segundo dados divulgados pela companhia nesta terça-feira, 26, a combinação dos anticorpos neutralizantes bamlanivimab e etesevimab também diminuiu o número de hospitalizações – o que indica que a medicação fez com que os quadros não se agravassem.

Os dados fazem parte de um estudo de fase três (a última dos testes clínicos, que testa a eficácia de um determinado medicamento) realizado com 1.035 pessoas. O resultado ainda não foi revisado por pares e tampouco foi publicado em uma revista científica, mas não deixam de ser animadores.

Na semana passada a Lilly divulgou que o bamlanivimab, sozinho, reduziu o risco de as pessoas ficarem doentes em cerca de 57% do grupo total e em 80% dos residentes. Em combinação com o etesevimab, o risco se torna ainda menor.

"A redução de 70% de risco de hospitalizações e mortes vista no teste de fase três dos dois anticorpos é consistente com a redução de hospitalizações ou visitas a prontos socorros vistas com o bamlanivimab sozinho em testes de fase dois. O bamlanivimab já está autorizado para tratar pessoas de alto risco com casos leves e moderados de covid-19", afirmou Daniel Skovronsky, chefe da área de ciência da companhia.

Ao todo, 10 pessoas do grupo de placebo morreram. No grupo de testes, ou seja, entre aqueles que tomaram a medicação, não houve nenhuma morte.

Ambos anticorpos visam neutralizar a proteína spike da covid-19 (ou espícula), responsável pela entrada do vírus na célula humana ao se acoplar no receptor da enzima conversora da angiotensina 2 , ou ECA2. O remédio é administrado por via intravenosa, como quando um paciente recebe soro pela veia – uma forma bastante conhecida de administração de medicamentos.

A medicação pertence a uma categoria na medicina conhecida como anticorpos monoclonais, ou mAb, que são anticorpos criados em laboratório e imitam a função dos originais que o sistema imunológico das pessoas produzem para evitar outras doenças causadas por vírus.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasEli LillyMedicinaPandemiaPesquisas científicasRemédios

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora