Ciência

Animais de estimação diminuem casos de alergia e obesidade

Bebês que convivem com cães no útero da mãe ou no início da vida têm menos chances de desenvolver esses problemas ao longo da infância

Animais de estimação: a convivência com animais domésticos muda para melhor sua microbiota intestinal (também conhecida como “flora intestinal”) (Thinkstcok/tatyana_tomsickova/Thinkstock)

Animais de estimação: a convivência com animais domésticos muda para melhor sua microbiota intestinal (também conhecida como “flora intestinal”) (Thinkstcok/tatyana_tomsickova/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2017 às 17h11.

Última atualização em 10 de abril de 2017 às 17h55.

Há um cãozinho lambendo a cara do seu bebê neste exato momento? Não interrompa a leitura dessa notícia para separá-los – essa não é uma ideia tão ruim quanto parece.

Um estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, revelou que bebês de famílias que incluem animais de estimação – cachorros, em 70% dos casos – têm menos propensão que a média a desenvolver alergias e obesidade.

O método empregado não foi nada cheiroso.

A equipe do pediatra Hein M. Tun analisou as bactérias presentes no cocô de 746 bebês de até três meses de idade, e percebeu que dois micróbios – Ruminococcus e Oscillospira, comuns no intestino de pessoas sem histórico de obesidade e alergia – apareciam com mais frequência nas fraldas de crianças que conviveram com cachorros ainda no útero ou nos primeiros dias de vida.

Em outras palavras, a convivência com animais domésticos muda para melhor sua microbiota intestinal (também conhecida como “flora intestinal”, entenda no Oráculo porque o termo é errado).  

Segundo o artigo científico, a presença de bichos de estimação em casa durante a gravidez também diminuiu as chances de bebês recém-nascidos contraírem pneumonia logo após o parto.

A doença, nesse caso específico, é causada por bactérias chamadas GBS (em inglês, group B streptococcus, “streptococcus do grupo B”), presentes nos nossos intestinos e também em mucosas como a boca e a vagina.

Elas são inofensivas para adultos, mas não para os pequenos – a não ser, claro, que eles já nasçam resistentes graças a um Fido. Ou Rex. Ou Zeus. Ou Átila. Ou Pudim. Enfim.  

A teoria de que a exposição a animais e sujeira no início da vida reforça a imunidade não é nova, e o número de artigos científicos que corroboram a tese só aumenta.

Ainda em 2015 a SUPER fez uma lista sobre as vantagens de ter um cãozinho, e na época já se sabia que eles diminuem o risco do seu bebê crescer com asma.

Mas, se mesmo depois de tudo isso você ainda não tiver se convencido de que ter um cachorro é uma ótima ideia, não se preocupe: no futuro, é provável que você possa comprar pílulas com todas as bactérias caninas interessantes para sua saúde – e não levar o animal em si no pacote.

“Não duvido que a indústria farmacêutica tente criar suplementos com esses micróbios, mais ou menos como fizeram com probióticos [doses de bactérias benéficas para o sistema digestório que podem ser compradas em farmácias]”, afirmou à imprensa Anita Kozyrskyj, co-autora do estudo.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.

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