Mentira: quanto mais verdadeira a história, mais detalhes ela precisa ter (Thinkstock/Thinkstock)
Maurício Grego
Publicado em 3 de junho de 2017 às 13h02.
Última atualização em 3 de junho de 2017 às 13h03.
O psicólogo americano Paul Ekman descobriu que o rosto faz 43 movimentos diferentes. Conhecê-los nos permite fazer uma leitura facial. As sobrancelhas de um cascateiro, por exemplo, se arqueiam para mudar a percepção que se tem dele. E os lábios, sob efeito do estresse, se tensionam.
Quanto mais verdadeira a história, mais detalhes ela precisa ter. Em interrogatórios, é comum deixar o suspeito sozinho por uma hora e retornar com as mesmas dúvidas, à espera de contradições. A técnica é simples: perguntar sobre detalhes e pedir para o suspeito contar várias vezes a mesma história.
Quem deve teme – e a voz mostra o tamanho do débito. Procure pelos seguintes sinais: gaguejadas, volume muito baixo e sons como “hum”, “hã”, “ééé”. São indícios de que o sujeito está tendo dificuldades, pensando no que diz.
Nossa consciência corporal costuma se restringir aos membros superiores. Lá embaixo, esquecemos de controlar pernas e pés, bons termômetros para captar sinais de tensão da mentira. Repare se eles balançam ou batem no chão.
Desviar o olhar indica fuga da conversa – e é aí que você enxerga uma cascata. O estresse também faz com que os olhos pisquem mais rápido e fiquem mais abertos, demonstrando tensão.
Mentir nos inquieta – é o cérebro tentando fugir do que está acontecendo. Veja se é assim que seu interlocutor se comporta. Contrair as mãos, coçar o queixo, morder o lábio e roer unhas são indícios de que há um cascateiro na sala.
Lembre-se: Todos os sinais da mentira são uma forma de estresse, mas nem todas as reações ao estresse são prova de que alguém está mentindo. E, é claro, existem caras-de-pau capazes de mentir sem deixar rastros. Esses são os mais perigosos!
Fontes: Livro A Verdade Sobre a Mentira, de Stan B. Walters, e Carlos Henrique Taparelli, investigador classe especial da Polícia Civil.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.