SpaceX: quatro astronautas ficarão em estação espacial (SpaceX/Divulgação)
Tamires Vitorio
Publicado em 15 de novembro de 2020 às 21h49.
Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 10h01.
A segunda (e maior) missão da Nasa em parceria com a empresa americana SpaceX, do bilionário Elon Musk, foi lançada com sucesso na noite deste domingo, 15. Quatro astronautas saíram do planeta Terra em uma espaçonave da companhia às 19h27 nos Estados Unidos, com destino marcado para a Estação Espacial Internacional (ISS), na sigla em inglês.
A cápsula Crew Dragon deve se soltar do foguete Falcon 9 e ir à órbita poucos segundos depois de seu lançamento. Chamada de Crew-1, a missão tem como objetivo alcançar o laboratório espacial perto das duas da manhã desta segunda-feira, 16, no horário de Brasília. Os astronautas irão viver e trabalhar na Estação Espacial por seis meses.
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Ao contrário da primeira missão entre a empresa e a agência espacial americana, esta não será de teste. Os próprios nomes das missões já indicam isso.
A decolagem em maio, que levou os astronautas Douglas Hurley e Robert Behnken para o espaço foi chamada de Crew Dragon Demo-2 – a palavra demo significa demonstração. Tudo ocorreu como planejado. Agora, a missão está sendo chamada de Crew-1. Ou seja, o jogo agora é para valer.
Os astronautas selecionados para a missão foram Michael Hopkins, Victor Glover, Shannon Walker, além de Soichi Noguchi (da agência japonesa Jaxa). Hopkins, que será o comandante a bordo, terá que dormir fora da ISS já que a estação espacial estará lotada no momento da chegada da nova equipe espacial (outros três astronautas já estão “hospedados” no complexo).
Lá, os astronautas – que não são apenas pilotos de teste, mas cientistas de áreas como engenharia e robótica – vão realizar reparos preventivos e de manutenção na ISS, bem como pesquisas acadêmicas. Glover, por exemplo, nunca esteve no espaço. Ele é, contudo, considerado um engenheiro renomado dentro da agência espacial americana e conta com três mestrados na área.
“A parceria da NASA com a indústria privada americana está mudando o arco da história dos voos espaciais humanos, ao abrir o acesso à órbita terrestre baixa e à Estação Espacial Internacional para mais pessoas, mais ciência e mais oportunidades comerciais”, disse Phil McAlister, diretor de desenvolvimento de voos espaciais comerciais da NASA. “Estamos verdadeiramente no início de uma nova era de voos espaciais humanos.”
Esta missão também marca um ponto importante para o governo americano, que deixa de necessitar da Rússia para o lançamento de astronautas. Quando o programa americano de decolagem foi encerrado, em 2011, astronautas da Nasa precisavam decolar ao espaço pela espaçonave russa Soyuz. Com a SpaceX na jogada, os Estados Unidos voltam a decolar com suas “próprias forças”, acirrando ainda mais a corrida espacial entre os dois países.
A chegada de mais astronautas ao espaço facilitaria o caminho para um futuro onde qualquer pessoa possa deixar a Terra (ou pelo menos as mais endinheiradas, já que a passagem não deve custar barato). Musk já afirmou ter planos para criar uma colônia em Marte no futuro com mais de 1 milhão de pessoas. A Rússia, do outro lado desta corrida espacial, já informou ter a intenção de gravar um filme no espaço.