Copa do Mundo de Xadrez: pela primeira vez, torneio conta com edição feminina (Anastasiia Korolkova/FIDE/Divulgação)
Thiago Lavado
Publicado em 16 de julho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 16 de julho de 2021 às 06h10.
Diante do avanço da vacinação contra a covid-19, o mundo dos esportes começa a se reconectar com seus jogadores e fãs. A decisão do torneio de Wimbledon, no final de semana, marcou pelo estádio lotado. Enquanto os Jogos Olímpicos de Tóquio não começam, o Brasil participa de uma Copa do Mundo que tem passado relativamente despercebida.
Dois brasileiros, Krikor Mekhitarian e Alexandr Fier, disputam partidas difíceis na Copa do Mundo de Xadrez, que acontece em Sochi, na Rússia. Caso vençam nesta sexta-feira, ambos avançam para a terceira etapa do torneio, marcando uma boa campanha brasileira no esporte.
Com as restrições por conta da covid-19, muitos torneios de xadrez tiveram capacidade reduzida nos últimos meses, contando, por vezes, com um punhado de jogadores ou com formatos híbridos — jogados no tabuleiro com movimentos transmitidos online diante da presença de juízes.
O xadrez tem passado por um processo de digitalização. Não só os computadores e máquinas têm cada vez mais influência nas posições e principais linhas, mas as transmissões das partidas acontecem online, com nomes conhecidos do esporte ganhando notoriedade e milhares de seguidores em canais como Twitch e Youtube.
Este evento, no entanto, reuniu 206 participantes, além de 103 mulheres que jogam a primeira edição feminina do torneio . Apesar de medidas de segurança terem sido adotadas, na quarta-feira um jogo entre Fabiano Caruana e Susanto Megaranto foi interrompido pela metade após Megaranto ter testado positivo. A FIDE, entidade que preside sobre o xadrez, disse que está tomando as medidas necessárias.
A Copa do Mundo de xadrez é um evento bastante competitivo. Sem fases de grupos, os jogadores jogam em dois dias duas partidas clássicas, com 90 minutos no relógio, mais tempo adicional. Caso empatem, há um terceiro dia para jogos rápidos. Quem perder é eliminado e volta para casa. Como há pouco descanso entre as partidas, o ideal é vencer sem a necessidade de jogar o terceiro dia, algo que os brasileiros sonham conquistar hoje.
Mekhitarian, com as brancas, luta pelo desempate contra o azeri Shakhriyar Mamedyarov, atualmente o sexto melhor do mundo, enquanto Fier tenta bater o indiano Gujrathi Vidit, que forçou o empate com as peças pretas na quinta-feira. No xadrez, em torneios como este, usualmente quem joga com as brancas tenta a vitória, enquanto tenta frustrar o oponente com um empate com as pretas.