Woody Allen presta homenagem à rádio em Nova York
O filme "Os Dias de Rádio" relembra os tempos de ouro do veículo de comunicação e foi exibido na cidade
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 14h33.
Nova York - Espirituoso e terno como sempre, Woody Allen homenageou nesta terça-feira à noite em Nova York com uma cálida homenagem a rádio, uma de suas grandes paixões, a poucos dias da cerimônia de entrega do Oscar, no qual seu filme "Meia Noite em Paris" disputa quatro estatuetas.
O evento ocorreu em uma sala lotada do centro cultural e comunitário 92Y, uma instituição judia sem fins lucrativos situada no Upper East Side de Manhattan, onde foi projetado seu filme "Os Dias de Rádio" (1987), que lembra a época dourada deste meio de comunicação antes do advento da televisão.
Ali, o cineasta americano participou de um bate-papo com o ex-apresentador de televisão Dick Cavett e com a especialista em cinema Annette Insdorf, no qual passou em revista seu amor pelo rádio, pela magia e sua inspiração para filmar, entre outras coisas.
"Quando era criança, a rádio era a única coisa que tínhamos. Enquanto me vestia, enquanto tomava café da manhã, a rádio estava sempre ali", contou Allen, de 76 anos e com uma trajetória de mais de 40 filmes, entre eles clássicos como "Annie Hall", "Manhattan" e "A Rosa Púrpura do Cairo".
Junto a Cavett, seu contemporâneo de 75 anos, o cineasta lembrou do castigo que os pais impunham aos filhos durante sua infância, que consistia na "brutal privação" de "não ouvir rádio por uma semana", e também o prazer de enganar seus pais com o objetivo de desfrutar de seu passatempo preferido.
"Havia algo mais maravilhoso do que se fazer de doente e ficar na cama ouvindo rádio 12 horas seguidas?", perguntou-se, com o olhar voltado para sua infância.
No entanto, e apesar deste amor incondicional, Allen admitiu a "inocência" de uma época na qual se pensava que a rádio ia significar "o fim de todas as guerras" porque unia as pessoas, e inclusive não hesitou em criticar muitos dos programas que, antes, pareciam grandiosos.
"Quando agora escuto estes velhos programas, alguns deles são lixo. Meu Deus, como pude ficar tão encantado com isto?", confessou, provocando um dos muitos ataques de risos do público durante esta noite em homenagem a Himan Brown, um dos pioneiros da rádio ao vivo nos Estados Unidos.
Vestido com sua habitual simplicidade (casaco bege e calça marrom), Allen falou também de sua paixão pela magia, presente em vários de seus filmes, como "Scoop - O grande furo" (2006), e a aprendizagem desta arte, que, em seu caso, classificou de "colossal perda de tempo".
"Os truques de magia são uma rara, estranha e pequena paixão. Supostamente me tornariam popular nas festas. Mas nunca fiz nada na frente de ninguém. Éramos o espelho e eu!", contou, ao se referir às horas e horas de prática em vão.
Já no mundo do cinema, a importância de Allen é demonstrada pelo reconhecimento de seu último filme, "Meia Noite em Paris", uma onírica fantasia indicada ao Oscar por melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro e melhor direção artística. A entrega dos prêmios irá ocorrer no próximo domingo.
Nova York - Espirituoso e terno como sempre, Woody Allen homenageou nesta terça-feira à noite em Nova York com uma cálida homenagem a rádio, uma de suas grandes paixões, a poucos dias da cerimônia de entrega do Oscar, no qual seu filme "Meia Noite em Paris" disputa quatro estatuetas.
O evento ocorreu em uma sala lotada do centro cultural e comunitário 92Y, uma instituição judia sem fins lucrativos situada no Upper East Side de Manhattan, onde foi projetado seu filme "Os Dias de Rádio" (1987), que lembra a época dourada deste meio de comunicação antes do advento da televisão.
Ali, o cineasta americano participou de um bate-papo com o ex-apresentador de televisão Dick Cavett e com a especialista em cinema Annette Insdorf, no qual passou em revista seu amor pelo rádio, pela magia e sua inspiração para filmar, entre outras coisas.
"Quando era criança, a rádio era a única coisa que tínhamos. Enquanto me vestia, enquanto tomava café da manhã, a rádio estava sempre ali", contou Allen, de 76 anos e com uma trajetória de mais de 40 filmes, entre eles clássicos como "Annie Hall", "Manhattan" e "A Rosa Púrpura do Cairo".
Junto a Cavett, seu contemporâneo de 75 anos, o cineasta lembrou do castigo que os pais impunham aos filhos durante sua infância, que consistia na "brutal privação" de "não ouvir rádio por uma semana", e também o prazer de enganar seus pais com o objetivo de desfrutar de seu passatempo preferido.
"Havia algo mais maravilhoso do que se fazer de doente e ficar na cama ouvindo rádio 12 horas seguidas?", perguntou-se, com o olhar voltado para sua infância.
No entanto, e apesar deste amor incondicional, Allen admitiu a "inocência" de uma época na qual se pensava que a rádio ia significar "o fim de todas as guerras" porque unia as pessoas, e inclusive não hesitou em criticar muitos dos programas que, antes, pareciam grandiosos.
"Quando agora escuto estes velhos programas, alguns deles são lixo. Meu Deus, como pude ficar tão encantado com isto?", confessou, provocando um dos muitos ataques de risos do público durante esta noite em homenagem a Himan Brown, um dos pioneiros da rádio ao vivo nos Estados Unidos.
Vestido com sua habitual simplicidade (casaco bege e calça marrom), Allen falou também de sua paixão pela magia, presente em vários de seus filmes, como "Scoop - O grande furo" (2006), e a aprendizagem desta arte, que, em seu caso, classificou de "colossal perda de tempo".
"Os truques de magia são uma rara, estranha e pequena paixão. Supostamente me tornariam popular nas festas. Mas nunca fiz nada na frente de ninguém. Éramos o espelho e eu!", contou, ao se referir às horas e horas de prática em vão.
Já no mundo do cinema, a importância de Allen é demonstrada pelo reconhecimento de seu último filme, "Meia Noite em Paris", uma onírica fantasia indicada ao Oscar por melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro e melhor direção artística. A entrega dos prêmios irá ocorrer no próximo domingo.