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Viton Araújo lista 100 Coisas Para Fazer Depois De Morrer

No céu, no purgatório ou no inferno. Fique tranquilo, sua diversão estará garantida

Livro sugere dicas aos leitores com os mais variados destinos no pós-vida (Divulgação)

Livro sugere dicas aos leitores com os mais variados destinos no pós-vida (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 11h38.

São Paulo - O mercado editorial brasileiro foi infestado nos últimos anos com compilações interessadas em guiar a vida cultural dos mortais. A famosa série “1001″ alcançou sucesso arrebatador: 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer e um sem número de desdobramentos nesse sentido chegaram, definitivamente, para ficar. Viton Araújo, redator publicitário gaúcho radicado em Lisboa, decidiu ir além. Ou melhor, ao além. Com 30 anos – e “vivinho da Silva” -, decidiu pensar no futuro. </p>

Ok, não é exatamente o tipo de futuro sobre o qual nos debruçamos todos os dias. Com lançamento oficial em Portugal previsto para o Halloween (vejam só a coincidência macabra), o livro 100 Coisas Para Fazer Depois de Morrer, da Arte Plural Edições, sugere dicas aos leitores com os mais variados destinos no pós-vida. Seja no céu, no purgatório ou no inferno. Fique tranquilo, sua diversão estará garantida. E vem tudo ilustrado. Para não perder nenhum detalhe.

Tudo se deve, garante o autor, às inspirações proporcionadas pelo espírito de Mauro Camargo (1823-1987). Por sinal, uma alma bastante iluminada. Foi romancista, poeta, ensaísta, artista plástico, além de oboísta clássico, bibliotecário e gigolô enquanto esteve encarnado. Mas deixemos ele de lado, ao menos, por enquanto. Abaixo você confere uma conversa franca sobre o livro com Víton Araújo. Pelo menos foi ele quem assinou o e-mail respondendo as perguntas. Mas bem que poderia ser mais uma investida de Camargo dominando a mente dele. Ou não.

Como surgiu a ideia do livro? O trabalho do dia a dia influiu de alguma forma nisso?

Viton Araújo - Foi algo tão por acaso que desconfio ter sido um fantasma mesmo que me soprou a ideia ao ouvido. Fora a ajuda espiritual, o trabalho teve influência sim. Afinal, como redator publicitário sou pago para ter ideias e as que são muito malucas ou vão para os meus poemas ou, neste caso, para o livro.


Desde que encerrou o livro, surgiram “coisas para se fazer depois de morrer” que você não havia pensado? Quais delas você incluiria no livro se ainda pudesse?

“Jogar um futebolzinho com os 12 apóstolos”. Pensei depois de entregá-lo e talvez colocasse no livro. O único problema é que os dois times já estão fechados com seis para cada lado.

Se tivesse que escolher apenas uma das prioridades listadas no livro, qual seria?

Olha, se eu morresse amanhã pegaria no cupom destacável que vem de brinde com o livro “Aula grátis de escrita criativa com Dostoiévski” e aceitaria o conselho número 24 do livro: “Fazer um Workshop no Instituto Divino”.

No Brasil, a discussão sobre os limites do humor estão cada vez mais na moda. Ora por uma piada na televisão, ora por um cartum publicado em jornal ou revista… Enfim, a coisa está careta, como você deve saber. O livro mexe com dogmas religiosos, coisa bastante presente no dia a dia de um português médio. Houve alguma pressão pela editora por conta disso? Alguém chiou?
Confesso que tanto eu quanto o Gustavo (Nardini, o responsável pelas ilustrações presentes no livro) estávamos bastante receosos em relação ao impacto da piadas religiosas por ser um país bastante católico e com pessoas já com idade avançada. Mas o pessoal da Arte Plural, nossa editora, nos deixou à vontade mesmo. Escrevi o que me veio à cabeça e o Gustavo pôde ilustrar o que quis.


Acha que esse mesmo livro, com as mesmas piadas e mesmas ilustrações, sofreria algum tipo de “corte” aqui no Brasil?

Depois da lamentável censura ao (comediante) Rafinha Bastos, tudo é possível. Se bem que no Brasil é mais perigoso fazer piada com cantor sertanejo do que com Jesus Cristo.

Há alguma intenção para uma segunda versão do livro?

Uma segunda versão, por enquanto, não. Mas queremos muito lançá-lo no Brasil. Houve inclusive piadas jogadas fora por não ficarem tão bem no português de Portugal.

O livro já foi lançado por aí? Como tem sido recebido pela crítica?

Apesar do lançamento oficial ser no Halloween (31 de outubro), o livro já está nas livrarias de todo o país. As críticas da imprensa e das pessoas têm sido bastante positivas. Elas entendem o projeto como um livro de humor e divertem-se lendo. Enfim, era o resultado que queríamos. E até agora não surgiu nenhum grupo de velhinhas para reclamar.

O Que: 100 Coisas Para Fazer Depois De Morrer, de Viton Araújo (ArtePlural Edições). Ilustrações por Gustavo Nardini
Quanto: 14,40 euros
Onde Comprar: www.arteplural.pt

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