Virgin Galactic tem cabine de espaçonave para turistas ricos
Empresa chama cabine do ônibus espacial turístico de “peça central” da experiência que está vendendo para os que podem pagar bilhetes de mais de US$ 250 mil
Guilherme Dearo
Publicado em 31 de julho de 2020 às 08h30.
No ramo do turismo espacial, amplas janelas são essenciais. Assim como as amplas “zonas flutuantes de astronautas” e várias câmeras para abastecer contas de redes socais e impressionar os amigos.
A Virgin Galactic tem tudo isso incluído na cabine de sua VSS Unity, que foi apresentada na terça-feira em um tour de mídia virtual pensado para evocar a mesma estética de luxo que a Virgin Group buscou para suas companhias aéreas comerciais, aeroportos, hotéis e planejada linha de cruzeiro.
A Virgin Galactic chama a cabine do ônibus espacial turístico de “peça central” da experiência que está vendendo para os que podem pagar bilhetes que custam mais de US$ 250 mil. O espaço interior oferece a cada cliente “segurança sem distração, absorvendo silenciosamente períodos de intensidade sensorial e oferecendo a cada astronauta um nível de intimidade necessário para descoberta e transformação pessoal.”
A empresa disse que pretende levar seus primeiros clientes ao espaço ainda neste ano. Antes desse marco, a Virgin Galactic nomeou na semana passada um veterano em experiência do cliente da Walt Disney para o cargo de diretor-presidente e, gradualmente, tem aumentado os esforços de marketing para promover viagens espaciais como a jornada definitiva para quem busca aventuras.
“Quando criamos a Virgin Galactic, começamos com o que acreditávamos ser uma experiência ideal para o cliente e depois construímos a nave espacial em torno dela”, disse o britânico Richard Branson, empresário e fundador da Virgin.
A VSS Unity atinge o espaço não a partir de uma plataforma de lançamento, mas de uma aeronave maior.
Na altura de 45 mil pés ou mais, o avião lança a espaçonave, que então aciona seu motor de foguete, levando dois pilotos e seis passageiros a uma altitude de mais de 110 km acima da Terra que, segundo a NASA, é tecnicamente o “espaço”.
longa jornada para voos comerciais remonta a 2004, quando Branson fundou a Virgin Galactic. Indiscutivelmente o pioneiro no campo, seu sonho sofreu um forte revés em outubro de 2014, quando um piloto de teste morreu durante um voo na Califórnia. A tragédia levou a uma grande reformulação nos seis anos seguintes. Mas depois vieram problemas financeiros.
A Virgin Galactic planeja operar cinco espaçonaves nos próximos anos e expandir internacionalmente. Mas Branson não é o único bilionário espacial que sonha em desenvolver o setor de turismo espacial.
O fundador da Amazon.com, Jeff Bezos, a pessoa mais rica do mundo, fundou a Blue Origin para ajudar a expandir a exploração espacial privada; e a Space Exploration Technologies, de Elon Musk, está construindo o enorme Starship, no sul do Texas, para levar astronautas à Lua e, futuramente, possíveis colonizadores a Marte.
A Virgem Galactic também aposta na iluminação ambiente - um recurso da Virgin Atlantic Airways, pioneira em voos de longo curso. Em certos pontos, todas as luzes serão apagadas.
A cabine da VSS Unity possui uma dúzia de janelas para oferecer amplas vistas da Terra, além de 16 câmeras para capturar vídeos e imagens estáticas como souvenirs. As telas do encosto dos bancos fornecem dados de voo e um sistema de comunicação para os astronautas-passageiros falarem com os pilotos.