Armstrong: "passamos muito tempo ouvindo que, a partir de certa idade, estamos acabados", disse Kristin Armstrong, que aos 42 anos foi a mulher mais velha a levar um ouro (Eric Gaillard / Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 12h13.
Rio de Janeiro - Um grupo de atletas no Rio descobriu o segredo para melhorar o desempenho, e não tem nada a ver com doping.
Chama-se envelhecimento – um processo por meio do qual os atletas se tornam mais sábios e concentrados e conquistam medalhas e corações nos Jogos Olímpicos.
O grupo de veteranos da Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016 está estabelecendo um novo padrão e mudando a visão distorcida segundo a qual as competições de alto nível são para homens e mulheres jovens.
"Passamos muito tempo ouvindo que, a partir de uma certa idade, estamos acabados", disse a ciclista norte-americana Kristin Armstrong, que aos 42 anos se tornou a mulher mais velha a levar um ouro olímpico na prova individual feminina de contrarrelógio.
"Os atletas estão mostrando que isso não é verdade".
Embora a idade média dos competidores na Rio 2016 seja de 26,97 anos, um pequeno aumento em relação aos 25,85 anos de duas décadas atrás em Atlanta, o Comitê Olímpico Internacional (COI) diz que vê atletas mais velhos se saindo melhor nos Jogos, mesmo nos esportes considerados como privilégio de competidores jovens e mais flexíveis.
"De fato vemos, especialmente em esportes de resistência, atletas mais velhos sendo bem-sucedidos, muito mais do que no passado", disse o porta-voz do COI, Mark Adams.
"E isso é ótimo. É para ser saudado. Isso dá esperança a todos nós". Em uma das provas de resistência mais difíceis, a maratona aquática de 10 quilômetros em mar aberto, o grego Spiros Gianniotis, de 36 anos de idade, chegou à linha de chegada na terça-feira ao mesmo tempo em que Ferry Weertman, de 24 anos, mas demorou para tocar na tábua e ficou com a prata.
"Depois de cinco Olimpíadas e aos 36 anos, acho que é a melhor maneira de me aposentar", disse Gianniotis.
O argentino Santiago Lange, de 54 anos de idade, o velejador mais velho dos Jogos, ficou com o ouro na classe mista de catamarã Nacra 17. Hoje um veterano de sete Jogos Olímpicos, ele perdeu meio pulmão para um câncer no ano passado e é uma inspiração para sua colega de equipe, Cecilia Carranza Saroli.
"Toda vez que ouço Santi falar fico comovida, ele transmite os valores do esforço e da perseverança", disse Cecilia.