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Versátil, Müller é a maior ameaça à meta brasileira

Capaz de jogar muito bem em qualquer posição, o craque que já marcou nove gols em Mundiais

Thomas Müller: ele é o protótipo do atacante que todo treinador gostaria de ter (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 07h51.

Belo Horizonte - O veterano centroavante Miroslav Klose, de 36 anos, terá nesta terça-feira mais uma chance para fazer o gol que precisa para se isolar como o maior artilheiro da história das Copas (com 15 gols, divide essa condição com Ronaldo Fenômeno), mas não é ele a maior ameaça à meta brasileira e sim um jogador de 24 anos capaz de jogar muito bem em qualquer posição do ataque: Thomas Müller, o craque que já marcou nove gols em Mundiais - cinco no da África do Sul e quatro neste.

Produto das categorias de base do Bayern de Munique, ele chegou ao time de cima no primeiro semestre de 2009 e participou de cinco jogos - fez um gol. No meio do ano o clube contratou Louis van Gaal para dirigir a equipe, e o técnico holandês logo identificou nele um talento raro. E, sem hesitação, o transformou em titular.

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Müller jogou a temporada inteira, marcou 19 gols em 52 partidas, conquistou três títulos (Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Supercopa da Alemanha) e garantiu lugar na seleção que disputaria o Mundial na África do Sul, competição em que brilhou intensamente (marcou cinco gols, deu três assistências, foi o artilheiro e ganhou o prêmio de "melhor jogador jovem" do torneio).

De lá para cá ele não parou de se destacar. Com sua movimentação incessante e sua facilidade para jogar pelos lados ou pelo meio, Thomas Müller é o protótipo do atacante que todo treinador gostaria de ter. "Ele é o nosso jogador que mais corre, e é muito inteligente. É sempre difícil para o adversário imaginar onde ele vai aparecer", afirmou o técnico alemão Joachim Löw.

FÔLEGO - Um exemplo da vitalidade de Thomas Müller foi dado nos minutos finais da partida das quartas de final contra a França, disputada sob o sol forte das 13 horas no Maracanã.

Ele deu um pique para apertar o goleiro Lloris, que se assustou e rifou a bola, de chamar a atenção. Parecia ser o único em campo a não estar desgastado.

Müller corre muito, mas não corre à toa. Não é do tipo "peladeiro", aquele jogador que se movimenta de maneira meio anárquica e, quase sempre, improdutiva para a equipe.

Ele usa o seu vigor para não dar ponto de referência aos marcadores e estar sempre bem colocado para receber a bola em condição de arrumar encrenca para a defesa.

Com isso ele compensa o que considera uma debilidade de seu jogo, que é a falta de habilidade para se livrar do marcador na base do drible. Müller tem muita técnica, mas não possui a facilidade de um Neymar, um Messi ou um James Rodríguez para se livrar do marcador.

Pep Guardiola, que o treinou na temporada passada no Bayern, acrescentou mais uma qualidade ao seu jogo ao ensiná-lo a jogar como "falso nove", um centroavante que não fica preso na área e que sabe finalizar e abrir espaços para os companheiros.

Dessa maneira, ele teve seu ano mais prolífico e marcou 26 gols - seu recorde era de 23, na temporada anterior à chegada do técnico espanhol, quando o Bayern era dirigido por Jupp Heynckes.

Joachim Löw gostou da novidade e vive a utilizá-lo, com sucesso, nessa função. E quando escala Klose, coloca Müller pela direita - se bem que ele não fica parado por ali. O lance do gol de Schürrle contra a Argélia, por exemplo, foi criado por Thomas Müller pela esquerda - sua outra assistência na competição foi para Götze marcar contra Gana.

O Brasil ainda não teve nesta Copa um atacante como Müller. E nesta terça-feira, para ir à final, terá de pará-lo. Sem o capitão Thiago Silva, mas com Dante, seu companheiro no Bayern.

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