Van Halen lança novo álbum 'A Different Kind of Truth'
Novo disco da banda é algo entre essa necessidade de provar que ainda é possante e um envelhecimento natural
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 19h31.
São Paulo - Uma reunião de veteranos da estirpe do Van Halen sempre correrá o risco de soar patética, uma tentativa de recriar a adrenalina de outrora feita por cinquentões com pouco a perder financeira e artisticamente. Ainda mais quando se trata de uma banda de hard rock dona de tanta virilidade em seu auge, e que tem um de seus integrantes no hall da fama dos guitarristas mais influentes de todos os tempos.
O que acontece em "A Different Kind of Truth", novo disco da banda, é algo entre essa necessidade de provar que a banda ainda é possante e um envelhecimento natural daquele toque único de quem tem intimidade com as engrenagens mais essenciais de um hit de hard rock.
O contexto do disco é histórico: desde 1984, um ano antes de ser demitido pelo resto da banda, David Lee Roth não grava um álbum completo com o Van Halen. É justamente do cantor que vem as forçadas de barra de "A Different Kind of Truth". É difícil ouvi-lo reviver, sem as calças coladas, os trejeitos do ídolo das arenas que foi há mais de 30 anos, e não pensar em uma série de comerciais de carros para homens em crise de meia-idade (a guitarra e a voz tão rock-and-roll sugerindo que aquele conversível pode realmente substituir todas as inseguranças do entardecer masculino).
Há momentos esdrúxulos. Entre eles, os em que David fala com erros gramaticais particulares da cultura afro-americana ("Love em' all, I says") para soar malandro, como um pai que aprende as gírias dos filhos para mostrar que é bacana. Em outros momentos igualmente constrangedores, David gosta de conversar e destilar sua sensualidade enquanto a banda toca, à la Barry White no início de suas canções.
Como sempre, seja com David Lee Roth ou Sammy Hagar ao microfone, sobra para a família Van Halen (com Alex, Eddie e o filho mais novo do guitarrista, Wolfgang, no baixo) honrar a reputação da banda. A guitarra de Eddie é igualmente imbuída de virilidade cinquentona. Mas a diferença é que Eddie é um mestre das seis cordas. E por mais exibicionista que soe seu frenesi guitarrístico (um riff de thrash metal aqui, um som intergaláctico ali, um solo mirabolante e mal construído acolá, enquanto seu irmão desce a mão na bateria) há a sabedoria de um virtuoso por trás de suas composições.
Mas por todo o peso honesto que os irmãos dão ao grupo, é gritante a falta de um hit em "A Different Kind of Truth". A preocupação em mostrar que o Van Halen ainda arrebenta é tão grande, que todos esqueceram que um pouco de sutileza, mesmo em uma banda de rock, vai longe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Uma reunião de veteranos da estirpe do Van Halen sempre correrá o risco de soar patética, uma tentativa de recriar a adrenalina de outrora feita por cinquentões com pouco a perder financeira e artisticamente. Ainda mais quando se trata de uma banda de hard rock dona de tanta virilidade em seu auge, e que tem um de seus integrantes no hall da fama dos guitarristas mais influentes de todos os tempos.
O que acontece em "A Different Kind of Truth", novo disco da banda, é algo entre essa necessidade de provar que a banda ainda é possante e um envelhecimento natural daquele toque único de quem tem intimidade com as engrenagens mais essenciais de um hit de hard rock.
O contexto do disco é histórico: desde 1984, um ano antes de ser demitido pelo resto da banda, David Lee Roth não grava um álbum completo com o Van Halen. É justamente do cantor que vem as forçadas de barra de "A Different Kind of Truth". É difícil ouvi-lo reviver, sem as calças coladas, os trejeitos do ídolo das arenas que foi há mais de 30 anos, e não pensar em uma série de comerciais de carros para homens em crise de meia-idade (a guitarra e a voz tão rock-and-roll sugerindo que aquele conversível pode realmente substituir todas as inseguranças do entardecer masculino).
Há momentos esdrúxulos. Entre eles, os em que David fala com erros gramaticais particulares da cultura afro-americana ("Love em' all, I says") para soar malandro, como um pai que aprende as gírias dos filhos para mostrar que é bacana. Em outros momentos igualmente constrangedores, David gosta de conversar e destilar sua sensualidade enquanto a banda toca, à la Barry White no início de suas canções.
Como sempre, seja com David Lee Roth ou Sammy Hagar ao microfone, sobra para a família Van Halen (com Alex, Eddie e o filho mais novo do guitarrista, Wolfgang, no baixo) honrar a reputação da banda. A guitarra de Eddie é igualmente imbuída de virilidade cinquentona. Mas a diferença é que Eddie é um mestre das seis cordas. E por mais exibicionista que soe seu frenesi guitarrístico (um riff de thrash metal aqui, um som intergaláctico ali, um solo mirabolante e mal construído acolá, enquanto seu irmão desce a mão na bateria) há a sabedoria de um virtuoso por trás de suas composições.
Mas por todo o peso honesto que os irmãos dão ao grupo, é gritante a falta de um hit em "A Different Kind of Truth". A preocupação em mostrar que o Van Halen ainda arrebenta é tão grande, que todos esqueceram que um pouco de sutileza, mesmo em uma banda de rock, vai longe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.