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Tudo que você precisa saber para correr com seu cachorro

Confira todos os cuidados para fazer dessa atividade uma prática saudável e divertida para você e seu amigo, e também os detalhes da primeira corrida animal do Brasil


	Apesar de latirem, beberem água de poças e dispararem a qualquer momento, os cães podem ser ótimos parceiros de corrida
 (Stock.XCHNG)

Apesar de latirem, beberem água de poças e dispararem a qualquer momento, os cães podem ser ótimos parceiros de corrida (Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 09h38.

São Paulo - Companheiro é companheiro. Desde que eu, rodrigo, adotei a julie, há quase três anos, apostei que seríamos excelente companhia um para o outro. E para mim sempre foi claro que, por mais altruísta que possa parecer o fato de adotar uma cadela na feirinha de abandonados da pet shop do bairro, quem realmente estava fazendo a boa ação era ela. Julie é dessas vira-latas típicas: simpática, carinhosa e brincalhona. Por isso, desde cedo a socialização dela com outros animais e com as pessoas foi excelente.

Mas parece que brincar com outros cachorros, correr atrás de bolas e outras peripécias não eram o suficiente para que ela ficasse cansada de verdade. Num dia de maior disposição, resolvi levá-la para dar uma corrida comigo depois de brincar bastante. Santo calmante canino! Então, desde que Julie cresceu um pouco, começamos a ir com frequência ao Parque do Ibirapuera, aqui em São Paulo. Afinal, deixá-la exausta era a melhor forma de manter meus móveis em segurança.

Desde essa época não largamos o osso: a corrida juntos nos fins de semana é quase sagrada. Temos uma rotina aos domingos que, além de garantir uma atividade física para os dois, garante a tranquilidade dos ouvidos dos nossos vizinhos (pelo menos nos fins de semana). Quando estou com a Julie, a corrida é mais curta e recreativa, normalmente uns 3 km — sozinho eu percorro entre 7 e 8 km. Brincar de frisbee ou de bola é uma opção depois da corrida quando o dia não está muito quente. Obrigatório mesmo é água de coco para mim e normal (mas bem gelada) para Julie.

Foi ótimo quando soube da Corrida Animal, a primeira do gênero no país em que animais e seus donos poderiam correr juntos. Para mim era uma maneira de "reconhecer" minha cadela como atleta. Já fui logo ao site dar uma espiada nas informações e regras. Lá, encontrei recomendações sobre as raças mais indicadas para corrida ou caminhada e alertas para os donos, como: "Não arraste seu animalzinho pela coleira para que ele acompanhe seu pique, o exercício tem que ser bom para os dois".

Achei as categorias tranquilas (1,6 e 2,8 km de corrida e 1,6 km de caminhada) e ficou claro que o evento tinha muito mais um cunho recreativo que competitivo. Eu e Julie não somos corredores muito competitivos — já não posso dizer o mesmo quando o assunto é um prato de ração (para ela) e uma partida de vôlei (para mim). Mas mesmo assim, depois da inscrição feita, resolvi realizar alguns treinos extras para dar aquela reforçada no desempenho da dupla.


Dia de corrida! Acordamos cedo, café da manhã leve e depois achei melhor insistir em fazer o passeio de "ida ao banheiro" da Julie antes de sairmos. Fomos para o local da prova: no estacionamento do Parque Shopping Barueri, em Barueri, na Grande São Paulo. Chegando lá, o kit da prova estava à nossa espera.

Um cão da pesada

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Depois de devidamente numerados, com chip e bandana, fomos tomar lugar no pelotão da nossa categoria: 1,6 km de corrida. Nessa hora o bicho pegou: comotoda largada de prova, foi uma muvuca.

Só que lá tinha o agravante dos latidos, das avançadas dos mais estressadinhos, isso sem falar nos cães com focinheira que sempre me incomodam (para raças como pitbull e rottweiler o uso era obrigatório). Será que vão tentar nos morder? Sei que a focinheira é justamente para proteger contra um ataque indesejável, mas sempre fico meio desconfiado.

O buzinaço na largada ainda deu um susto em alguns cachorros. Com isso, galgar posições logo de primeira ficou difícil. Mas, assim que passamos pelo pórtico e a pista se alargou, a diversão começou. Como a temperatura estava gostosa, o céu estava incrivelmente azul e o sol brilhando, a corrida ganhou um encanto especial. Confesso que pensei que correr numa pista delimitada no estacionamento de um shopping seria estranho. Pelo que vi na ilustração no site da prova, achei que ia ser como um curral. Mas não foi nada disso.

A pista era bem larga, ninguém ficou prensado, nem tendo de economizar nas passadas por não ter espaço para as ultrapassagens. Quem corre provas grandes, como a Maratona de São Paulo, sabe do que estou falando. Foi legal observar no percurso como os cães parecem realmente estar conectados com a gente. E não só pela coleira. A atenção deles está com o dono nessa hora, eles ficam mesmo focados na atividade em dupla. Não vi cachorros puxando para um lado e para outro, interessados num outro cachorro, num espectador ou em qualquer pequena distração que havia no percurso.

Eram duplas correndo juntas. Mesmo! Quando estávamos próximos da chegada, estimulei a Julie a um sprint final. Confesso: sempre me empolgo quando visualizo a linha de chegada. Ok, sou um pouco competitivo, sim! Só mais tarde vi o resultado: finalizamos 1,6 km em 9min48. Já na dispersão, uma equipe de promotores estava a postos para mimar cães e donos.


Além do tradicional "kit medalha", com frutas e alguns panfletos dos patrocinadores, havia amostras de sorvete canino. Julie se matou de comer. Seus pelos pretos ficaram lambuzados e dava gosto ver ela se refrescando com seu olhar de vira-lata pidão, quase que obrigando a promotora a servir mais e mais. Com isso, ela nem ligou muito para a garrafinha de água para pet (com menos sódio) que vem com uma tampa que serve como pote para beber. Guardei esse souvenir, que seguramente vai para o "kit parque" da Julie.

AI, AI!

Primeiros socorros para cães corredores

Pelo que averiguei, a prova teve 700 cães inscritos nas três categorias (duas de corrida e uma de caminhada). E foi engraçado ver como, mesmo com os diferentes tamanhos de cachorros, a plateia morre de achar graça dos pequenos. Pequenos ou grandes, a atmosfera que surgiu daqueles cães e seus donos naquela manhã ensolarada fez da prova um lugar especial para se estar num domingo de céu azul. Quem estiver nas próximas provas desse tipo aqui em São Paulo, ou quem sabe até no Rio de Janeiro, deve cruzar comigo e minha companheira de prova. Afinal, "junto" é um comando que serve para os dois.

Em busca de um parceiro

O primeiro passo para correr com um cão é achar o companheiro ideal. Se você ainda não possui um cachorro, confira abaixo algumas dicas para encontrar um bom colega

Agora que você já conhece alguns benefícios do treino com seu melhor amigo, pode estar se perguntando: "Ok, mas que tipo de cão eu deveria escolher?" A resposta é: depende. Não há uma raça de corrida perfeita para todas as condições e a personalidade e o temperamento do cachorro são tão importantes quanto o pedigree.

Vira-latas podem ser bons corredores, especialmente se forem de médio porte, alertas e interessados. Eles podem se encaixar em qualquer um dos perfis abaixo, dependendo de suas características físicas. Adotar um cão (como Julie, que está na capa da revista) é mais econômico e você ainda faz uma boa ação. Algumas raças, como husky e greyhound, foram feitas para correr. Já cachorros com focinho mole e úmido, como pugs e buldogues, não são bons atletas de distância, porque tendem a superaquecer.

Isso não quer dizer que um pug não possa correr, mas ele provavelmente não deveria estar com você em uma meia maratona em pleno verão. Susan Dicks, médica veterinária em Albuquerque (EUA) e maratonista, a médica veterinária Liz Devitt e o treinador profissional de cães JT Clough dividiram as melhores raças para corrida em oito categorias.

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