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"Titanic" comemora 20 anos com exibição de versão em 3D

O longa, que conquistou a segunda maior bilheteria de todos os tempos, conquista agora uma nova geração nas exibições oferecidas nos EUA

Titanic (Titanic/Reprodução)

Titanic (Titanic/Reprodução)

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AFP

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 14h32.

Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 14h33.

O blockbuster "Titanic", segunda maior bilheteria de todos os tempos, seduz em seu aniversário de vinte anos - nesta terça-feira - uma nova geração graças a exibições 3D em todo os Estados Unidos.

"A história real do 'Titanic' é atemporal. Parece existir fora de nossas vidas diárias. Esta lição de moral direta, sem rodeios, é algo que nos fascina", declarou o diretor James Cameron aos fãs, durante uma sessão comemorativa em Los Angeles.

A jovem rica Rose (Kate Winslet) e o pobre artista Jack (Leonardo DiCaprio) eram apenas personagens de ficção, destinados a dar nova vida à verdadeira história do naufrágio do famoso navio em 1912, depois de se chocar contra um iceberg durante sua viagem inaugural.

Distribuído pela Paramount nos Estados Unidos e pela Fox no exterior, o longa-metragem ganhou onze prêmios Oscar e arrecadou 2,2 bilhões de dólares em ingressos vendidos. Somente "Avatar" (2009), também dirigido por James Cameron, superou a marca com 2,8 bilhões em receita.

A trilha sonora original do filme também foi um sucesso: a música "My heart will go on", interpretada por Céline Dion e com um Oscar, é uma das mais vendidas no mundo e mais tocada até à data (rádio e televisão).

Com 195 minutos de duração, o filme pode dar a impressão de ser tão longo quanto a viagem interrompida do navio - apresentado como inafundável - mas recebeu críticas elogiosas e fez de jovens atores estrelas internacionais.

Também provocou um debate acalorado que, vinte anos depois, continua vivo entre os fãs: havia espaço suficiente na porta utilizada por Rose nas águas geladas do Atlântico Norte de modo que o dois amantes pudessem se salvar?

Cinco palavras

O diretor de 63 anos lembra de ter vendido a ideia do filme aos estúdios FOX com "provavelmente a apresentação mais curta para um filme importante de toda a história de Hollywood".

"Eu abri um livro no centro do qual havia uma bela página dupla de uma pintura de Ken Marshall, o melhor artista inspirado pelo Titanic", conta.

"Era uma bela imagem de um sinalizador de socorro iluminando o navio com botes salva-vidas se afastando enquanto ele afundava (...) eu disse 'Romeu e Julieta no meio'. Cinco palavras", ressalta.

Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, respectivamente com 21 e 22 anos na época, filmaram sua primeira cena juntos em setembro de 1996: Rose está nua enquanto Jack a desenha.

Todo constrangimento rapidamente se dissipou e eles se tornaram bons amigos, encontrando-se nos cinemas cerca de dez anos depois em "Foi apenas um sonho" de Sam Mendes.

"Eles se deram muito bem e estiveram ali um pelo outro ao longo desta filmagem exaustiva, difícil", recorda Cameron, cuja produção de US$ 200 milhões tinha proporções épicas com mil figurantes e uma equipe de filmagem de mais de 800 pessoas.

O diretor até construiu uma maquete de tamanho natural do navio de luxo em uma área na costa mexicana comprada pela Fox, depois de obter as plantas do original de seu construtor.

Maior fracasso?

As peças foram meticulosamente recriadas a partir de fotografias antigas, como as escadas do salão da primeira classe do RMS Titanic, ou ainda seus painéis em mogno e luminárias banhadas a ouro. Tudo foi destruído durante a cena do naufrágio.

A filmagem era tão fora do comum - a produção mais cara da época - que a revista Variety publicava uma coluna diária chamada "Titanic Watch", zombando do que era antecipado como o futuro maior fracasso da história de Hollywood.

O diretor prendeu uma lâmina de barbear em sua tela de edição, com uma inscrição a caneta: "Para usar se o filme fracassar".

O primeiro final de semana de exibição gerou US$ 28,5 milhões e, como todos os blockbusters, as expectativas eram de uma queda de 40 a 50% para o segundo fim de semana.

Em vez disso, a produção arrecadou mais 28 milhões e 32 milhões no terceiro fim de semana, mantendo a liderança nas bilheterias por quinze semanas seguidas.

Alguns especialistas argumentaram que os números foram ajudados por adolescentes que foram ver o filme várias vezes, mas, para o diretor, seu "Titanic" teve um sucesso tão fenomenal porque a história de amor comoveu todas as gerações.

"O que eu fico mais orgulhoso é de ter criado algo que tenha sua própria realidade, que é atemporal", afirma.

"Com todo o devido respeito a Kate e Leo, e eles são bons amigos meus, eles não são mais Kate e Leo, são Rose e Jack". "E eles serão para sempre Rose e Jack".

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