Casual

Ter parceiro com câncer é fator de risco para doença coronariana e AVC

Segundo pesquisa, stress provocado pela situação pode aumentar em até quase 30% as chances de uma pessoa desenvolver os problemas

Paciente sofre de Síndrome Hemolítica-urêmica (SHU), caso grave da contaminação, que pode levar à falência dos rins e a ataques epilépticos (Sean Gallup/Getty Images)

Paciente sofre de Síndrome Hemolítica-urêmica (SHU), caso grave da contaminação, que pode levar à falência dos rins e a ataques epilépticos (Sean Gallup/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2012 às 22h27.

São Paulo - Pessoas cujo cônjuge sofre de câncer correm maior risco de serem acometidas por uma doença coronariana ou por um acidente vascular cerebral (AVC), segundo um estudo publicado na edição deste mês do periódico Circulation. Os pesquisadores acreditam que o stress psicológico gerado por essa situação seja o principal culpado pelo aumento desse risco. O trabalho foi desenvolvido na Universidade de Lund, na Suécia.

De acordo com os autores do estudo, já se sabe que ter um familiar que sofre de câncer pode acarretar problemas de saúde mental, como depressão, nas pessoas próximas. Outras pesquisas já haviam sugerido que o stress e a depressão que acompanham essa situação afetam o sistema nervoso, a pressão sanguínea e quadros de inflamação, que podem provocar doença coronariana e AVC. O risco desses dois problemas de saúde especificamente foi o objeto de estudo dessa nova pesquisa.

No trabalho, a equipe analisou dados de pessoas inscritas no Registro Sueco de Câncer e de seus familiares a partir do Registro Sueco de Multi-Geração. Depois, compararam essas informações com as de indivíduos que não tinham parceiros com câncer.

Os resultados mostraram que o risco de uma pessoa cujo cônjuge sofre de câncer ter uma doença coronariana foi 13% maior em relação aos indivíduos cujos parceiros não sofriam da doença. Em relação ao AVC, essas chances foram 29% mais elevadas. Segundo os autores do estudo, a principal hipótese é a de que o stress negativo ao qual um cônjuge de um paciente com câncer está exposto facilite o desenvolvimento dessas doenças.

"Nosso estudo mostra que as pessoas cujo parceiro tem câncer também devem merecer cuidados médicos", afirma Jianguang Ji, coordenador do estudo. "E prevenir o stress psicológico se mostrou essencial para a saúde desses indivíduos", diz.

Acompanhe tudo sobre:CâncerDoençasSaúde

Mais de Casual

Chablis: por que os vinhos dessa região da França caíram no gosto do brasileiro?

"A Era das revoluções", de Fareed Zakaria, explica raízes do mundo contemporâneo; leia trecho

Do campo à xícara: saiba o caminho que o café percorre até chegar a sua mesa

Com sustentabilidade e legado, sempre teremos Paris

Mais na Exame