Sylvia Kristel: para sempre "Emmanuelle"
A atriz holandesa, que morreu de câncer nesta quinta-feira, será sempre lembrada como a heroína do clássico filme erótico
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 13h34.
Paris - A atriz holandesa Sylvia Kristel, que morreu em consequência de um câncer aos 60 anos na noite de quarta para quinta-feira, será lembrada para sempre como a heroína do filme erótico "Emmanuelle", que a alçou ao posto de estrela internacional aos 22 anos.
Nascida em Utrecht no dia 28 de setembro de 1952, Sylvia Kristel foi colocada por seus pais aos 11 anos de idade em um pensionato religioso, onde ela se destacava nos estudos. Mas ela ficou mais conhecida por sua beleza, ganhando o concurso Miss TV Europa em 1973.
A jovem de olhar ingênuo e de silhueta perfeita ganhou notoriedade pelo papel principal no filme erótico, dirigido pelo fotógrafo Just Jaeckin. "Emmanuelle" foi o maior sucesso francês de 1974.
Sylvia Kristel tentou se afastar depois da imagem de atriz de filmes "porno soft" para trabalhar com grandes nomes do cinema. Ela atuou em filmes franceses como "Un Linceul n'a pas de poches", de Jean-Pierre Mocky, e "A mulher fiel", de Roger Vadim. Mas, entre essas participações, ela teve de honrar seus contratos e gravou uma primeira sequência de "Emmanuelle" ("A Antivirgem"). Em 1976, ela participa de "O Gangster", de Francis Girod, contracenando com Gérard Depardieu, e de "Alice ou la dernière fugue", de Claude Chabrol.
Mas sua imagem de atriz sensual passou a acompanhá-la e ela se limitou a papéis menores ou em filmes ligeiramente libertinos. Em 1981, Kristel reencontra Just Jaeckin em "O amante de Lady Chatterley" e, depois, atua em "Mata Hari", "Casanova" e "Hot Blood", assim como em outras sequências da série Emmanuelle, como "atriz convidada".
A partir dos anos 90, sua carreira perde intensidade, em consequência de seus problemas com álcool e drogas. Ela confessou ter feito escolhas erradas nos anos 80, atuando em filmes apenas para satisfazer seu vício de cocaína.
A atriz relata os problemas financeiros que enfrentou, a saúde cada vez mais debilitada e a série de divórcios em sua autobiografia "Nue" (2006) ("Nua", em francês). Mesmo assim, ela ainda atuava em diversos filmes holandeses e em pequenas produções europeias.
Mãe de um filho com o escritor belga Hugo Claus, Kristel chegou a ser bem sucedida com suas pinturas e desenhos. Também ilustrou textos de Claus e do francês Roland Topor. Ela vivia em Amsterdã, depois de ter morado por muito tempo na Califórnia.