Scarlett Johansson é a nova "Gata" na Broadway
A atriz interpretará Maggie, na peça "Gata em Teto de Zinco Quente", de Tennessee Williams
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 10h23.
São Paulo - A nova produção de "Gata em Teto de Zinco Quente", de Tennessee Williams, estreia na Broadway no próximo dia 17. Mas, desde dezembro, quando começaram as prévias no Richard Rodgers Theater, a bilheteria semanal já tem superado a das três remontagens anteriores.
O nome na marquise do teatro ajuda a explicar: Scarlett Johansson vive Maggie, a gata. Quem pagar até US$ 175 para admirar a atriz de 28 anos famosa por suas curvas e papéis de ingênua sexy, não pode reclamar porque a estrela alertou: "A sexualidade é uma parte tão pouco importante da história", disse, numa entrevista recente.
No tempo em que os grandes estúdios de Hollywood mantinham atores sob longos contratos, a imprensa de entretenimento usava a expressão abertamente: "MGM compra Gata em Teto de Zinco Quente como veículo a ser estrelado por Grace Kelly", anunciou o "New York Times" em julho de 1955.
O "veículo para a estrela" foi inventado pela própria Metro Goldwyn Mayer na década de 30 e, quando a "Gata" causou sensação ao estrear, naquele mesmo ano, houve uma disputa acirrada pelos direitos da peça que Tennessee Williams considerava sua melhor obra. Mas o veículo da MGM haveria de ser pilotado por outras estrelas.
James Dean, escolhido para viver o marido homossexual e alcoólatra de Maggie, morreu num desastre de automóvel, deixando a vaga para o então promissor Paul Newman. Grace Kelly trocou Hollywood pelo principado de Mônaco e coube a Elizabeth Taylor ronronar com um brilho que lhe valeu uma indicação merecida para o Oscar.
Embora a era dos estúdios esteja, há muito, extinta, a Broadway tem sido colonizada por emissários da Costa Oeste americana. Filmes se transformam em peças e musicais, produtores de Hollywood conseguem financiamento fora do alcance do tradicional establishment do teatro nova-iorquino e estrelas de Hollywood fazem de produções de teatro seus veículos, às vezes, como contrapeso para filmes medíocres.
Nesta temporada, por exemplo, Al Pacino comanda uma lucrativa e bem fraca remontagem de "Glengarry Glen Ross", de David Mamet, uma produção que passou semanas intermináveis em prévias, para evitar que críticos atrapalhassem a bilheteria.
A Gata de Scarlett Johansson terá passado 4 semanas em prévias lotadas e deve ser imunizada contra o cada vez menos potente vírus da critica teatral. Esta produção é assinada por Rob Ashford, um ex-dançarino que passou a carreira como coreógrafo, dirigiu musicais e se graduou para a dramaturgia. Ashford tem a distinção de ser premiado dos dois lados do Atlântico. Dirigiu a remontagem de outro clássico de Tennessee Williams, "Um Bonde Chamado Desejo", em Londres, com Rachel Weisz vivendo Stella.
Benjamin Walker, visto recentemente em "Abraão Lincoln: Caçador de Vampiros", é o torturado Brick, o ex-jogador de futebol americano que se anestesia com álcool, sente repulsa pelo corpo de Maggie e se recusa a produzir o herdeiro tão crucial para Maggie não voltar à pobreza abjeta.
Já a tarefa inglória de nos fazer esquecer do poderoso Burl Ives, o Big Daddy original da Broadway e do cinema, é confiada ao irlandês Ciarán Hinds. A versão atual da peça incorpora mudanças de texto que o próprio autor recomendou numa produção dos anos 70.
São Paulo - A nova produção de "Gata em Teto de Zinco Quente", de Tennessee Williams, estreia na Broadway no próximo dia 17. Mas, desde dezembro, quando começaram as prévias no Richard Rodgers Theater, a bilheteria semanal já tem superado a das três remontagens anteriores.
O nome na marquise do teatro ajuda a explicar: Scarlett Johansson vive Maggie, a gata. Quem pagar até US$ 175 para admirar a atriz de 28 anos famosa por suas curvas e papéis de ingênua sexy, não pode reclamar porque a estrela alertou: "A sexualidade é uma parte tão pouco importante da história", disse, numa entrevista recente.
No tempo em que os grandes estúdios de Hollywood mantinham atores sob longos contratos, a imprensa de entretenimento usava a expressão abertamente: "MGM compra Gata em Teto de Zinco Quente como veículo a ser estrelado por Grace Kelly", anunciou o "New York Times" em julho de 1955.
O "veículo para a estrela" foi inventado pela própria Metro Goldwyn Mayer na década de 30 e, quando a "Gata" causou sensação ao estrear, naquele mesmo ano, houve uma disputa acirrada pelos direitos da peça que Tennessee Williams considerava sua melhor obra. Mas o veículo da MGM haveria de ser pilotado por outras estrelas.
James Dean, escolhido para viver o marido homossexual e alcoólatra de Maggie, morreu num desastre de automóvel, deixando a vaga para o então promissor Paul Newman. Grace Kelly trocou Hollywood pelo principado de Mônaco e coube a Elizabeth Taylor ronronar com um brilho que lhe valeu uma indicação merecida para o Oscar.
Embora a era dos estúdios esteja, há muito, extinta, a Broadway tem sido colonizada por emissários da Costa Oeste americana. Filmes se transformam em peças e musicais, produtores de Hollywood conseguem financiamento fora do alcance do tradicional establishment do teatro nova-iorquino e estrelas de Hollywood fazem de produções de teatro seus veículos, às vezes, como contrapeso para filmes medíocres.
Nesta temporada, por exemplo, Al Pacino comanda uma lucrativa e bem fraca remontagem de "Glengarry Glen Ross", de David Mamet, uma produção que passou semanas intermináveis em prévias, para evitar que críticos atrapalhassem a bilheteria.
A Gata de Scarlett Johansson terá passado 4 semanas em prévias lotadas e deve ser imunizada contra o cada vez menos potente vírus da critica teatral. Esta produção é assinada por Rob Ashford, um ex-dançarino que passou a carreira como coreógrafo, dirigiu musicais e se graduou para a dramaturgia. Ashford tem a distinção de ser premiado dos dois lados do Atlântico. Dirigiu a remontagem de outro clássico de Tennessee Williams, "Um Bonde Chamado Desejo", em Londres, com Rachel Weisz vivendo Stella.
Benjamin Walker, visto recentemente em "Abraão Lincoln: Caçador de Vampiros", é o torturado Brick, o ex-jogador de futebol americano que se anestesia com álcool, sente repulsa pelo corpo de Maggie e se recusa a produzir o herdeiro tão crucial para Maggie não voltar à pobreza abjeta.
Já a tarefa inglória de nos fazer esquecer do poderoso Burl Ives, o Big Daddy original da Broadway e do cinema, é confiada ao irlandês Ciarán Hinds. A versão atual da peça incorpora mudanças de texto que o próprio autor recomendou numa produção dos anos 70.