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Roteirista diz que Mel Gibson odeia judeus e John Lennon

O roteirista teria ouvido Gibson dizer que "o Holocausto é um monte de sandices" e que Lennon era "um maldito messiânico"

O ator teria responsabilizado pela morte do papa João Paulo I, "uma conspiração de judeus liberais" (Getty Images)

O ator teria responsabilizado pela morte do papa João Paulo I, "uma conspiração de judeus liberais" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2012 às 14h44.

Nova York - Joe Eszterhas, o roteirista do filme "The Maccabeees", acusa em carta o ator Mel Gibson de "odiar os judeus" e de supostamente opinar que John Lennon "mereceu a morte", informou nesta quinta-feira o site "The Wrap".

O portal de notícias sobre entretenimento revelou a carta e deu mais detalhes do conflito entre o roteirista e o ator, que começou depois que a Warner Bros decidiu engavetar o projeto do filme, que relata a vida de Judas Macabeu, um guerreiro judeu que liderou uma revolta contra os exércitos gregos e sírios no século II antes de Cristo.

"Dediquei dois anos da minha vida a pesquisar e escrever esse roteiro, e estou profundamente decepcionado que não tenha tido a decência de responder", disse Eszterhas na carta de nove páginas que enviou ao protagonista de "Coração Valente" (1994).

O roteirista o acusa também de "jamais ter tido a intenção de fazer o filme sobre os macabeus" e de ter anunciado que o faria para tirar a atenção sobre seus problemas pessoais.

O roteirista de filmes de sucesso como "Instinto Selvagem" (1992) e "Showgirls" (1995) diz também em sua carta que Gibson lhe disse em uma ocasião que John Lennon merecia morrer.

"Fico feliz que esteja morto. Ele merecia. Era um maldito messiânico", teria dito o ator, segundo Eszterhas, sobre o beatle.

O roteirista critica Gibson por falar dos judeus em termos depreciativos, e lembra que em uma ocasião o ator disse que "o Holocausto é um monte de sandices", que chegou a dizer que o papa João Paulo II "era o anticristo" e "o diabo", e responsabilizou pela morte de seu antecessor no Vaticano, João Paulo I, "uma conspiração de judeus liberais".

Segundo o jornal "New York Daily News", Gibson respondeu também por carta às acusações de Eszterhas. Nela, admitiu que "reagiu mais do que devia" durante um briga entre ambos, mas que "rapidamente enviou um pedido de desculpas por escrito".

Gibson afirmou ainda, segundo o jornal, que o filme foi descartado porque o roteiro era ruim, e não por antissemitismo.

A participação do ator nesse filme havia despertado, no ano passado, várias críticas por parte de alguns membros da comunidade judaica americana. Em 2006, o ator culpou os judeus por "todas as guerras do mundo" quando foi preso por dirigir alcoolizado, e dois anos antes foi acusado de retratar uma péssima imagem dos judeus em seu filme "A Paixão de Cristo" (2004). 

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