São Paulo - Não é segredo nenhum que ALFA já chegou a decretar que Ronaldinho Gaúcho é um “ex-craque em atividade“. Com suas atuações sonolentas e pouco inspiradas no Flamengo, na Seleção e passagem sem tanto brilho pelo Milan, o jogador parece ter reencontrado seu melhor futebol no Atlético-MG, vice-líder do Campeonato Brasileiro deste ano. Em campo, no sábado, no Estádio Independência, o craque renasceu das cinzas. Foram três gols – um deles, uma pintura – e duas assistências na goleada por 6 x 0 sobre o combalido Figueirense.

Até a antiga vontade vista há longínquos seis anos, em seus gloriosos tempos de Barcelona, parece ter voltado. Com problemas pessoais de sobra – a mãe, dona Miguelina, passa por um tratamento contra o câncer e o padrasto do craque morreu às vésperas do jogo -, Gaúcho quis comprovar seu imenso talento em campo. Enquanto a torcida do Galo comemorava o primeiro tento, o camisa 49 caía no choro copiosamente. Tudo para mandar embora a pressão e enterrar, ao menos por alguns minutos, os dramas familiares. O azar foi todo da equipe de Florianópolis, destroçada pelo craque e sua atuação redentora.

Em sua conta oficial na rede de microblogs Twitter, o jogador dedicou o show ao ente querido. “Muito triste com a perda de meu padrasto Vanderlei. Joguei hoje ainda abalado. Não foi fácil, mas queria homenageá-lo com uma grande atuação. Dedico a ele e a minha família os gols de hoje (sábado) e agradeço pelas mensagens de carinho que recebemos. A lacuna que ele deixa é irreparável”. Perda tão irreparável quanto o futebol de classe de Ronaldinho fez ao Brasil nos últimos tempos.