Polanski: "podemos mostrar a pertinência absoluta desta história, sobretudo com a visão do que passa hoje no mundo, este espetáculo ancestral de caça às bruxas" (Julien M. Hekimian/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2012 às 12h23.
Paris - O cineasta franco-polonês Roman Polanski, que antes do final do ano deverá começar a rodar um filme sobre o "caso Dreyfus", espera que este seja um "thriller político, mas como um filme de espionagem".
"Faz tempo que quero rodar este filme sobre o caso "Dreyfus", mas não como um drama tradicionalista. Seria algo próximo de uma história de espionagem", afirmou o diretor em declarações à revista "Le Film Française", que publicou parte dessa entrevista em seu site nesta sexta-feira.
Para este novo filme, o vigésimo de sua filmografia, Polanski voltará a contar com o roteirista Robert Harris, com quem escreveu "O Escritor Fantasma". Apesar de não estar definido, o título deste novo projeto do cineasta franco-polonês deverá ser "D".
"Podemos mostrar a pertinência absoluta desta história, sobretudo com a visão do que passa hoje no mundo, este espetáculo ancestral de caça às bruxas, de tribunais militares secretos, de agências de informação fora de controle, das hipocrisias governamentais e de uma imprensa enraivecida ", afirmou Polanski.
Até o momento, o cineasta não definiu ator que deverá encarnar Alfred Dreyfus, o oficial francês que foi acusado de traição no final do século XIX e que dividiu a opinião pública francesa.
Condenado por haver entregue documentos secretos ao império alemão, Dreyfus passou cinco anos recluso na ilha do Diabo antes de ser libertado.
O "caso Dreyfus" veio à tona através de Émile Zola, que publicou um artigo intitulado "J'accuse". Neste caso, o texto contribuiu para a própria libertação de Dreyfus.