Robert Redford faz 75 anos como último galã clássico de Hollywood
Ator conseguiu também se reinventar como diretor e presidente do Festival Sundance
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2011 às 07h09.
Los Angeles - Robert Redford, ícone da geração Y, romântico de um estilo cinematográfico praticamente extinto, completa nesta quinta-feira 75 anos, passando a ser o último galã clássico de Hollywood, mas que mesmo assim conseguiu se reinventar como diretor e presidente do Festival Sundance.
O rosto de Sundance Kid, Johnny Hooker, Henry Brubaker e tantos outros personagens, está mais maduro e assumiu a idade. No entanto, o espírito do "galã loiro" continua transbordando talento e para o próximo ano prepara seu nono filme como diretor.
Trata-se de "The Company You Keep", protagonizado por Shia LaBeouf, Susan Sarandon, Nick Nolte e ele mesmo, que novamente apostará no estilo reflexivo e pessoal que geraram resultados tão bons como "Nada é para Sempre" (1992) e "O Encantador de Cavalos" (1998).
É ganhador de dois prêmios Oscar, o de melhor diretor por "Gente Como a Gente " (1980) e o Oscar Honorário em 2002 por seu trabalho a favor do desenvolvimento do cinema. Essa estatueta levava inscrita a seguinte frase: "Ator, diretor, produtor, fundador do Sundance, inspiração dos produtores independentes e inovadores de todo o mundo".
Foi candidato em mais três ocasiões: melhor ator por "Golpe de Mestre" (1973), melhor diretor por "Quiz Show - A Verdade dos Bastidores" (1994) e melhor filme por essa mesma obra, da qual também foi produtor.
Redford sempre foi sinônimo de liberdade e paixão pela natureza, e daí surgiu a ideia de fundir ambos os conceitos dentro de um certame que criasse oportunidades para os novos cineastas. Assim nasceu o Festival de Sundance, o mais importante do mundo dedicado ao cinema independente.
Em 1983, lançou a primeira edição e pouco depois se transformou no berço de talentos de nomes como Quentin Tarantino, os irmãos Coen, Paul Thomas Anderson e Steven Soderbergh. Hoje em dia, quem for premiado no Sundance já tem meio caminho andado para ganhar um Oscar, como aconteceu nas últimas duas edições com os filmes "Preciosa", "Inverno da Alma" e "Reino Animal".
Liberdade e natureza são características que também faziam parte do "modus vivendi" de muitos personagens de Redford, como o que interpretou com seu estimado Paul Newman no mítico "Butch Cassidy" (1969), além do "Mais Forte Que a Vingança" (1972) e "Entre Dois Amores" (1985).
Com Newman, morto em 2008, formou uma das duplas mais memoráveis da história do cinema, mas só repetiram em uma ocasião ("Golpe de Mestre"), apesar de que em 2005 se especulou uma possível reunião de ambos em uma adaptação de "A Walk in the Woods", uma história de dois amigos que fazem uma viagem pelas regiões mais isoladas dos EUA.
Contudo, seu grande desafio foi deixar para trás sua imagem de "sex-symbol" para reivindicar seu talento. Missão complicada após seduzir meio planeta com o físico privilegiado e o olhar encantador, além das personagens de Jane Fonda, Mia Farrow e Barbra Streisand em "Descalços no Parque" (1967), "Nosso Amor de Ontem" (1973) e "O Grande Gatsby" (1974), respectivamente.
O talento foi comprovado em suspenses políticos do naipe de "Três Dias do Condor" (1975) e "Todos os Homens do Presidente" (1976), embora sem perder seu charme como em "Entre Dois Amores" (1985) - o inesquecível romance com a personagem de Meryl Streep -, "Havana" (1990) e "Proposta Indecente" (1993).
Na fase mais madura de sua carreira, a direção se revelou uma paixão, sempre interessado em propostas que se identificasse e que representassem algum valor sentimental para ele. Assim chegou ao novo século "Lendas da Vida" (2000), com Will Smith como protagonista, que foi um fracasso de bilheteria para o estúdio DreamWorks.
No entanto, Redford deu a volta por cima anos depois com "Leões e Cordeiros" (2007), acompanhado de Meryl Streep e Tom Cruise, e ainda está pendente a estreia em muitos países de "Conspiração Americana", sem ele no elenco, que arrecadou apenas US$ 11 milhões nos EUA. Será que o público sente falta de ver Redford na telona?
"The Company You Keep" poderá responder a essa pergunta.
Los Angeles - Robert Redford, ícone da geração Y, romântico de um estilo cinematográfico praticamente extinto, completa nesta quinta-feira 75 anos, passando a ser o último galã clássico de Hollywood, mas que mesmo assim conseguiu se reinventar como diretor e presidente do Festival Sundance.
O rosto de Sundance Kid, Johnny Hooker, Henry Brubaker e tantos outros personagens, está mais maduro e assumiu a idade. No entanto, o espírito do "galã loiro" continua transbordando talento e para o próximo ano prepara seu nono filme como diretor.
Trata-se de "The Company You Keep", protagonizado por Shia LaBeouf, Susan Sarandon, Nick Nolte e ele mesmo, que novamente apostará no estilo reflexivo e pessoal que geraram resultados tão bons como "Nada é para Sempre" (1992) e "O Encantador de Cavalos" (1998).
É ganhador de dois prêmios Oscar, o de melhor diretor por "Gente Como a Gente " (1980) e o Oscar Honorário em 2002 por seu trabalho a favor do desenvolvimento do cinema. Essa estatueta levava inscrita a seguinte frase: "Ator, diretor, produtor, fundador do Sundance, inspiração dos produtores independentes e inovadores de todo o mundo".
Foi candidato em mais três ocasiões: melhor ator por "Golpe de Mestre" (1973), melhor diretor por "Quiz Show - A Verdade dos Bastidores" (1994) e melhor filme por essa mesma obra, da qual também foi produtor.
Redford sempre foi sinônimo de liberdade e paixão pela natureza, e daí surgiu a ideia de fundir ambos os conceitos dentro de um certame que criasse oportunidades para os novos cineastas. Assim nasceu o Festival de Sundance, o mais importante do mundo dedicado ao cinema independente.
Em 1983, lançou a primeira edição e pouco depois se transformou no berço de talentos de nomes como Quentin Tarantino, os irmãos Coen, Paul Thomas Anderson e Steven Soderbergh. Hoje em dia, quem for premiado no Sundance já tem meio caminho andado para ganhar um Oscar, como aconteceu nas últimas duas edições com os filmes "Preciosa", "Inverno da Alma" e "Reino Animal".
Liberdade e natureza são características que também faziam parte do "modus vivendi" de muitos personagens de Redford, como o que interpretou com seu estimado Paul Newman no mítico "Butch Cassidy" (1969), além do "Mais Forte Que a Vingança" (1972) e "Entre Dois Amores" (1985).
Com Newman, morto em 2008, formou uma das duplas mais memoráveis da história do cinema, mas só repetiram em uma ocasião ("Golpe de Mestre"), apesar de que em 2005 se especulou uma possível reunião de ambos em uma adaptação de "A Walk in the Woods", uma história de dois amigos que fazem uma viagem pelas regiões mais isoladas dos EUA.
Contudo, seu grande desafio foi deixar para trás sua imagem de "sex-symbol" para reivindicar seu talento. Missão complicada após seduzir meio planeta com o físico privilegiado e o olhar encantador, além das personagens de Jane Fonda, Mia Farrow e Barbra Streisand em "Descalços no Parque" (1967), "Nosso Amor de Ontem" (1973) e "O Grande Gatsby" (1974), respectivamente.
O talento foi comprovado em suspenses políticos do naipe de "Três Dias do Condor" (1975) e "Todos os Homens do Presidente" (1976), embora sem perder seu charme como em "Entre Dois Amores" (1985) - o inesquecível romance com a personagem de Meryl Streep -, "Havana" (1990) e "Proposta Indecente" (1993).
Na fase mais madura de sua carreira, a direção se revelou uma paixão, sempre interessado em propostas que se identificasse e que representassem algum valor sentimental para ele. Assim chegou ao novo século "Lendas da Vida" (2000), com Will Smith como protagonista, que foi um fracasso de bilheteria para o estúdio DreamWorks.
No entanto, Redford deu a volta por cima anos depois com "Leões e Cordeiros" (2007), acompanhado de Meryl Streep e Tom Cruise, e ainda está pendente a estreia em muitos países de "Conspiração Americana", sem ele no elenco, que arrecadou apenas US$ 11 milhões nos EUA. Será que o público sente falta de ver Redford na telona?
"The Company You Keep" poderá responder a essa pergunta.