Referências de moda constroem a narrativa vingativa em Cruella
Para Cruella, sobre a vilã da Disney interpretada por Emma Stone que estreia nesta sexta-feira, 28, foram desenvolvidos 277 figurinos
Julia Storch
Publicado em 26 de maio de 2021 às 13h15.
Última atualização em 28 de maio de 2021 às 12h46.
Na Inglaterra nasceram Estella, Cruella e as referências de estilo da vilã da Disney. Ambientada na capital inglesa na década de 1970, em meio à revolução do punk rock, o filme traz a história da personagem através de looks icônicos. Com atuações de Emma Stone, como Cruella, e Emma Thompson, como a inimiga Baronesa, o filme revela a fúria por trás da jovem de cabelos branco e preto.
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Com estreia marcada para sexta-feira, 28, nos cinemas e via Premier Acess Disney+, o filme mostra uma jovem vigarista chamada Estella, uma garota inteligente e criativa determinada a fazer um nome para si através de seus designs. Ela faz amizade com uma dupla de jovens ladrões Horace e Jasper e, juntos, constroem uma vida para si nas ruas de Londres. Um dia, o talento de Estella para a moda chama a atenção da Baronesa Von Hellman (Emma Thompson), uma lenda fashion ao mesmo tempo chique e assustadora.
Estella passa a trabalhar para a Baronesa, seu ícone da moda e grande referência na época. Mas o relacionamento delas desencadeia em revelações que farão com que Estella abrace seu lado rebelde e se torne a Cruella má e voltada para a vingança.
E é através da moda que Estella se torna Cruella. Criando suas próprias peças, que assim como capas de super-heróis são capazes de conceder poderes, os vestidos transformam a jovem em vilã. Enquanto Baronesa possui um estilo clássico da alta costura, com referências a Dior, Balenciaga e Givenchy, Cruella representa o movimento punk, com maquiagens carregadas, e peças que relembram Vivienne Westwood, e posteriormente Steven McQueen, John Galliano e Versace.
Para a construção dos personagens, foram confeccionados 277 figurinos. Emma Stone veste 47 peças, enquanto Emma Thompson, e os parceiros de crime de Cruella têm 30 trocas de roupa cada um. Alguns destaques das peças, que acabam chamando a atenção mais do que a narrativa, são um vestido de Cruella feito com 393 metros de organza e mais de 5.000 pétalas de flores (costuradas à mão). Vestindo a peça, Cruella sobe em cima de um carro e consegue cobri-lo com a saia.
As referências a outros estilistas se fazem sutilmente. Com 12 metros de cauda, outro vestido é composto de jornais e retalhos de vestidos de coleções passadas da Baronesa. À primeira vista, partes do vestido usado por Cruella na caçamba de um caminhão de lixo, relembram a icônica peça criada por Elsa Schiaparelli em 1935. Na época, a estilista italiana criou uma estampa a partir de recortes de jornais que a elogiavam. Já a versão da Disney, remete a um upcycling afrontoso à Baronesa, visto que mesmo com retalhos e materiais descartáveis, a vilã consegue se destacar com suas criações.
"Isso parecia algo apropriadamente agressivo para Cruella fazer", disse o diretor Craig Gillespie ao Estadão. "Eu queria homenagear essa coisa moderna de reusar, refazer e reformar coisas", completou Jenny Beavan, figurinista do longa e duas vezes ganhadora do Oscar de Melhor Figurino por Mad Max: Estrada da Fúria e Uma Janela para o Amor. Mesmo com o filme se passando nos anos 1970, a moda atual se faz presente no longa.
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