São Paulo – Já está mais do que comprovado que beber vinho com moderação, claro, pode trazer incontáveis benefícios à saúde. Mas o que talvez muita gente não saiba é que consumir a bebida antes de dormir pode auxiliar na perda de peso durante o sono.
Parece milagre, mas não é. Uma pesquisa da Washington State University apontou que o resveratrol, presente principalmente na casca e na semente da uva roxa, é capaz de converter o excesso de gordura branca em gordura marrom - mais fácil de ser eliminada pelo organismo.
O resveratrol é um polifenol, que age como antioxidante e pode ser encontrado na maioria das frutas, principalmente nas escuras ou de cascas escuras, como amora, morango e até maça.
A pesquisa foi publicada no International Journal of Obesity e durante o estudo ratos foram alimentados com uma dieta altamente gordurosa. Parte deles, no entanto, recebeu diariamente uma dose concentrada de resveratrol, outra parte não. Os ratos que receberam resveratrol engordaram 40% menos que os roedores que só se alimentaram com a dieta calórica.
"Os polifenóis em frutas aumentam a oxidação de gorduras na dieta de modo que o corpo fica sobrecarregado", afirmou Min Du, professor e cientista da Washington State University. Segundo ele, converter gordura branca em gordura marrom auxilia na queima lipídios e ajuda a manter o corpo em equilíbrio e prevenir a obesidade e disfunção metabólica.
Mas o que o vinho tem a ver com a perda de peso? Embora, o resveratrol esteja presente em diversas frutas, no vinho há uma grande concentração da substância – quanto mais escuro for o vinho, mais polifenóis ele contém.
O resveratol não auxilia apenas na perda de peso, mas está associado também a outros benefícios para a saúde, como na diminuição do colesterol LDL e no aumento dos níveis de lipoproteínas de alta densidade, o colesterol HDL, tendo assim importante papel na redução do risco de doenças cardiovasculares, como o infarto.
-
1. Tim-tim!
zoom_out_map
1/11 (Wikimedia Commons)
Não é raro que a ciência escolha o vinho como objeto de seus estudos. A seguir, reunimos alguns deles - que trazem descobertas saborosas. Do número de bolhas numa taça de champanhe aos tipos da bebida que causam mais enxaqueca, muita coisa já foi alvo da curiosidade dos cientistas.
-
2. Uva campeã
zoom_out_map
2/11 (Joe Raedle/Getty Images)
A Cabernet Sauvignon é a variedade de uva mais usada hoje na produção mundial de vinho. O dado foi levantado pelo economista australiano Kym Anderson, da universidade de Adelaide, após a análise de estatísticas oriundas de 44 países que produzem cerca de 99% do vinho consumido no mundo.
-
3. Bolhas
zoom_out_map
3/11 (Kevork Djansezian/AFP)
Quantas bolhas existem numa taça de champanhe? Considerando fatores como temperatura e dinâmica das bolhas, o físico francês Gérard Liger-Belair, da universidade de Reims, fez a conta. Segundo suas estimativas, há cerca de 1 milhão de bolhas em cada taça. Como se sabe, o champanhe é um tipo de vinho espumante.
-
4. Adega
zoom_out_map
4/11 (Divulgação)
Arqueólogos americanos da Brandeis University localizaram na cidade de Tel Kabri, em Israel, uma das mais antigas adegas de que se tem notícia. Ao que tudo indica, as instalações foram criadas há cerca de 3.700 anos. Foram retirados do local 40 vasos com capacidade para armazenar até 50 litros de vinho.
-
5. Clima
zoom_out_map
5/11 (Getty Images)
Mudanças climáticas podem gerar uma redução entre 25% e 73% da área disponível para cultivo de uvas destinadas à produção de vinhos até 2050. A projeção foi feita por pesquisadores da organização Conservation International. Países como a França já vêm sofrendo os efeitos desse fenômeno.
-
6. Memória
zoom_out_map
6/11 (Allen Skyy/Flickr)
Homens de meia-idade que bebem mais que 36 gramas de álcool por dia têm mais chances de apresentar perda de memória a longo prazo. Para chegar a essa conclusão, neurologistas americanos acompanharam os hábitos de mais de 7 mil apreciadores de vinho, cerveja e outras bebidas durante dez anos. O estudo foi divulgado por publicação da Academia Americana de Neurologia.
-
7. Depressão
zoom_out_map
7/11 (Roger Kirby / Stock Xchng)
Quem toma de duas a sete taças de vinho por semana tem menos chance de desenvolver depressão. Miguel González, da universidade de Navarra, é o autor da descoberta. Ele identificou a relação após acompanhar por meio de entrevistas e exames com um grupo de 5.500 pessoas entre 55 e 80 anos durante sete anos.
-
8. Enxaqueca
zoom_out_map
8/11 (Getty Images)
Tannat e Malbec são os tipos de vinho que provocam dor de cabeça nas pessoas com mais frequência. A descoberta do neurologista brasileiro Abouch Krymchantowski é resultado de um estudo envolvendo 40 pessoas. Segundo ele, a forte concentração de tanino justifica o fenômeno, gerado pela mobilização súbita da serotonina no corpo.
-
9. Boca
zoom_out_map
9/11 (Getty Images)
Tomar vinho pode ser uma boa forma de combater infecções bacterianas na boca. Tudo por conta dos polifenóis. Presentes na bebida, essas substâncias inibem o crescimento de bactérias - segundo estudo de cientistas espanhóis e suíços divulgado pela Sociedade Americana de Química.
-
10. Câncer
zoom_out_map
10/11 (Peter Parks/AFP)
Presente no vinho tinto, o resveratrol é capaz de matar até 65% das células com determinados tipos de câncer quando combinado a tratamento com radiação. A descoberta foi feita por médicos da universidade do Missouri. Quando empregada sozinha, a substância apresentou eficiência de 44%. É bom lembrar que os testes não foram feitos com vinho, mas diretamente com o resveratrol.
-
11. Brasil
zoom_out_map
11/11 (Alexandre Jaeger Vendruscolo/Stock.Xchng)
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde mostra que o vinho foi a terceira origem mais frequente do álcool consumido pelos brasileiros em 2010. Atrás de cervejas (60%) e destilados (36%), os vinhos representaram 4% do volume de álcool ingerido pelas pessoas naquele ano.