Hugo Calderano: foco para atingir mais marcas históricas (Hugo Calderano/Instagram/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 28 de julho de 2021 às 10h02.
Última atualização em 28 de julho de 2021 às 10h14.
Hugo Calderano atingiu uma marca histórica nas Olimpíadas 2021: chegou às quartas de final do tênis de mesa, algo inédito para o Brasil na modalidade. O atleta, 7º colocado no ranking mundial, atingiu o feito ao vencer o sul-coreano Jang Woo-jin, 11º do ranking mundial, por 4 sets a 3.
Nesta quarta-feira, o atleta perdeu a disputa contra o alemão Dimitrij Ovtcharov, atual 8º melhor jogador de tênis de mesa do mundo, segundo a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF, na sigla em inglês). Em uma disputa acirrada, Calderano abriu 2 a 0, mas sofreu a virada e perdeu do alemão por 4 sets a 2. Com o resultado, o brasileiro se despede do torneio individual em Tóquio.
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Independentemente de chegar à final ou não, cabe entender um pouco mais sobre quem é o atleta que atingiu o feito inédito para o país. E, é claro, não é a primeira vez que ele atinge um feito como esse. Em 2018, Calderano se tornou o primeiro brasileiro finalista de uma etapa platinum do Circuito Mundial, além de ser o primeiro brasileiro a aparecer no Top 10 mundial.
Tanto sucesso fez com que a ITTF o indicasse para o Star Awards, a mais importante premiação do Tênis de Mesa, como atleta revelação daquele ano.
Mas, a história de Hugo com o tênis de mesa não é tão recente assim. Tudo começou em 2005, quando decidiu incluir o esporte em uma rotina já bastante tomada pela atividade física: até os 13 anos, ele também praticava vôlei e atletismo. Dali para frente, ao entrar para a categoria juvenil, optou pelo tênis de mesa. O que parece ter sido uma escolha acertada.
Nas divisões de base, o atleta foi campeão sul-americano e latino-americano, além de conquistar títulos como o sub-16 na Suécia e a medalha de bronze no Desafio Mundial Infantil.
Em 2009, venceu o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta escolar, fato que o fez ser indicado para o programa Bolsa Atleta, do governo federal.
Até então longe dos holofotes, o atleta começou a ganhar visibilidade aos 15 anos, em 2011. O fato que o tornou famoso foi ter vencido o premiado mesatenista Hugo Hoyama em uma competição, mesmo sendo tão jovem.
De lá para cá, já são 15 medalhas conquistadas em competições. Nas Olimpíadas, ele se igualou ao pioneiro Hugo Hoyama ainda em 2016, ao vencer o atleta Peng Tang e chegar às oitavas de final. Tudo isso aos vinte anos.
Em entrevista concedida na época, Calderano afirmou que bater a marca de Hoyama não foi uma motivação. “Estou muito feliz de ter igualado a campanha que ele fez em Atlanta, mas também não fico pensando muito nisso. Eu penso só em mim. Não fico pensando em história”, afirmou, ao Globo Esporte.
Logo depois de atingir o feito, ele perdeu na disputa individual para o japonês Jun Mizutani por 4 a 2. Saiu ovacionado do Riocentro, fato que o deixou bastante emocionado, mesmo com a derrota.
Em 2020, a pandemia apresentou um novo desafio para o atleta, que não esmoreceu. Diante das restrições de circulação, ele levou uma mesa para o apartamento em que vive na Alemanha para treinar com o amigo Vitor Ishiy, que também integra a seleção brasileira do esporte.
No pré-pandemia, Hugo fez uma temporada bastante sólida, que lhe rendeu o título de 6º melhor jogador do mundo por, pelo menos, dez meses seguidos. Entre as conquistas mais relevantes, estiveram duas medalhas de ouro -- simples e duplas masculinas -- conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Como consequência do bicampeonato, veio a vaga para a Olimpíada de Tóquio.
Com tamanha consistência, o mesatenista atravessou o período de crise sem perdas significativas de patrocínios.
“Eu tive a sorte de continuar contando com meus patrocinadores mesmo durante esse período, e o apoio que recebo do Bolsa Atleta há 10 anos foi e ainda é muito importante para me ajudar a cumprir o planejamento e continuar sempre evoluindo”, afirmou Calderano.
Com 26 anos, Hugo mostra que “aprender” e “evoluir” são verbos que sobram no cotidiano de um atleta tão focado -- resta acompanhar, agora, as próximas conquistas do mesatenista.
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