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Plantas viram objetos de estimação dos millenials

Como muitos não querem ter filhos cedo, as plantas se tornaram objetos de desejo, satisfazendo o florescente movimento de “bem-estar”

Loja da floricultura Tula: jovens decretaram a morte de muitos segmentos, mas reviveram o de plantas domésticas (Tula/Instagram/Divulgação)

Loja da floricultura Tula: jovens decretaram a morte de muitos segmentos, mas reviveram o de plantas domésticas (Tula/Instagram/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 15 de abril de 2019 às 05h00.

Última atualização em 15 de abril de 2019 às 05h00.

Aisha Richardson, uma designer de 34 anos que mora em Bushwick, no Brooklyn, começou a comprar plantas há alguns anos para aliviar o estresse do trabalho. Antes que percebesse, Richardson estava viciada. Agora tem cerca de 30 plantas e segue dezenas de feeds do Instagram. Quanto ela gasta? “Nem quero pensar sobre isso”, diz ela.

Os millennials americanos já foram culpados por condenar todo tipo de coisa: cerveja, golfe, cereais. Mas são responsáveis por reviver o mercado de plantas domésticas. Nos últimos três anos, as vendas nos EUA subiram quase 50%, para US$ 1,7 bilhões, segundo a Associação Nacional de Jardinagem. Como muitos millennials não querem ter filhos cedo, as plantas se tornaram os novos animais de estimação, satisfazendo o desejo de se conectar com a natureza e o florescente movimento de “bem-estar”.

Muitas das plantas ainda são compradas em lojas de jardinagem ou grandes varejistas, como a Home Depot e o Walmart, que têm variedades baratas e resistentes. Mas muitos dos comerciantes estão de olho nos millennials com estratégias diretamente inspiradas na Warby Parker e na Glossier. A The Sill, por exemplo, vende a maioria de suas plantas online e oferece assessoria e devoluções gratuitas. Pequenas lojas físicas, tais como Tend, Tula e Soft Opening também estão se proliferando no Brooklyn e em outros bairros da moda. “Estamos falando de uma indústria antiga que não mudou e de um consumidor que mudou”, diz Eliza Blank, 33 anos, fundadora da The Sill. “Os millennials não querem ir ao Walmart para comprar suas plantas”.

O negócio de plantas domésticas estourou nos anos 70 com os hippies. Hoje, na Era do Instagram, a Costela de Adão e a Figueira Lira, por exemplo, tornaram-se objetos de afeto entre os millennials. As plantas são consideradas crianças e recebem nomes em tom de brincadeira.

Os fornecedores de plantas vivas não mudaram muito nos últimos 50 anos, e a indústria se mantém firme. Os produtores, sediados principalmente na Flórida e operando em toda a América Latina, trabalham com uma vasta rede de atacadistas, intermediários e varejistas.

Algumas das plantas mais procuradas são difíceis de cultivar comercialmente. Alguns grandes produtores, como a Costa Farms, cujas plantas são encontradas em todos os lugares, da Amazon ao Walmart, têm “caçadores de plantas” que vasculham locais distantes, como a Tanzânia, para encontrar novas variedades. Mas os produtores simplesmente não podem perseguir cada nova tendência que aparece no Instagram, gerando frustração entre os vendedores. “É difícil convencer um produtor a fazer algo novo”, diz Kay Kim, da Rooted, uma empresa de plantas em Greenpoint, no Brooklyn.

Apesar da paixão crescente dos millennials por plantas e da aversão às lojas físicas, muitos comerciantes de plantas evitam a internet comparando a uma infestação por ácaros. Alguns temem não ter estoque ou danificar as plantas durante o envio. Outros simplesmente acham o processo muito impessoal. Menos de 10% de todas as vendas de plantas acontecem online e isso criou espaço para startups como a The Sill.

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