Casual

Fazendas verticais: verduras perdem lugar para maconha e maquiagem

Por conta da pandemia, foi possível a expansão na produção das fazendas verticais, que agora se voltam para outras áreas para além das verduras

Uma fazenda vertical na estação de metro Sangdo, em Seul. (Bloomberg/Reprodução)

Uma fazenda vertical na estação de metro Sangdo, em Seul. (Bloomberg/Reprodução)

JS

Julia Storch

Publicado em 16 de março de 2021 às 13h50.

Última atualização em 16 de março de 2021 às 16h39.

Impulsionadas pela necessidade de garantir suprimentos de legumes frescos durante a pandemia, algumas fazendas verticais agora se expandem em outras áreas de alta margem, como cannabis medicinal, suplementos de saúde e cosméticos.

Seu dinheiro está seguro? Aprenda a proteger seu patrimônio

A startup sul-coreana Farm 8 Co. está entre os vários agricultores urbanos de interiores cujas vendas aumentaram durante a Covid-19. O objetivo é aumentar as vendas em quase 50%, para 90 bilhões de wons (US$ 79 milhões) este ano, em parte pelo aumento da produção de plantas medicinais e cosméticas, como ginseng, centella asiática e artemisia campestris, disse o diretor-presidente, Kang Dae Hyun. Em agosto, a empresa ingressou na primeira zona livre de regulamentação do país para cannabis medicinal, cultivo e processamento de cânhamo para canabidiol (CBD).

“Há uma enorme demanda por cannabis medicinal e o mercado está crescendo rapidamente”, disse Kang em entrevista. “No momento, a maior parte de nossa produção é dedicada a verduras para salada, mas, futuramente, aumentaremos a produção de plantas cosméticas e médicas para maximizar o lucro.”

Outras fazendas verticais também têm usado tecnologia para atender à crescente demanda por um controle de qualidade rigoroso em aplicações médicas e cosméticas, como a dinamarquesa International Cosmetics Science Centre, a Vertigo Farms, da Polônia, e a MedMen Enterprises, com sede na Califórnia.

A Farm 8 atualmente cultiva cerca de 1,2 tonelada de verduras por dia em menos de 0,5 hectare de terra, distribuída em três cidades na Coreia do Sul, incluindo uma movimentada estação de metrô na capital sul-coreana. É um dos principais produtores locais de alface para cadeias de fast-food, como Subway Restaurants, Burger King e KFC. As vendas aumentaram 30% no ano passado.

Esse é o mercado tradicional para fazendas verticais - entrega garantida de produtos frescos de qualidade controlada que precisam chegar ao consumidor rapidamente, independentemente do clima ou da estação. Essas vantagens ficaram em evidência quando problemas de fornecimento na pandemia e colheitas não confiáveis empurraram os preços globais dos alimentos para a maior alta em seis anos em fevereiro.

“Você precisa da quantidade certa de tudo, desde água até luz, e o clima tem que ser perfeito, o que é cada vez mais difícil de prever”, disse Kang. “Começamos como uma empresa agrícola tradicional há 16 anos, mas aprendemos a incorporar tecnologia porque precisávamos nos proteger das mudanças climáticas.”

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoCoreia do SulCosméticosFazendasIndústria farmacêuticaMaconha

Mais de Casual

Quantos aromas tem um café?

Novo iate de estaleiro brasileiro é uma mansão flutuante com varanda

Wagyu: 6 restaurantes em São Paulo para provar a rara carne japonesa

Conheça o Bugatti Chiron: o carro de R$ 50 milhões que se tornou o mais caro do Brasil

Mais na Exame