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Paulo Coelho fala de trabalho, pressão e de "Adultério"

Capa de seu novo livro poderia levá-lo facilmente para as prateleiras de autores românticos

Paulo Coelho: “Adultério” acompanha uma jornalista suíça que começa a questionar sua vida depois de entrevistar um autor que prefere a paixão à felicidade (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 11h43.

Nova York - Paulo Coelho conquistou um sucesso estrondoso escrevendo romances de temática espiritual, mas a capa de seu novo livro poderia levá-lo facilmente para as prateleiras de autores românticos.

Em “Adultério”, o autor do best-seller “O Alquimista”, elogiado por celebridades como a apresentadora de televisão Oprah Winfrey e o presidente russo, Vladimir Putin, adota uma perspectiva singular sobre um assunto muito discutido.

“Adultério” acompanha uma jornalista suíça que começa a questionar sua vida depois de entrevistar um autor que prefere a paixão à felicidade. Ela embarca em um caso extraconjugal com um namorado de juventude, uma experiência que desperta empolgação, raiva e desespero, e finalmente conduz ao crescimento espiritual.

O escritor Paulo Coelho conversou com a Reuters em Genebra, na Suíça, onde hoje vive.

No livro, você é o autor que prefere a paixão à felicidade?

Sim, com certeza. A felicidade é um lugar no qual, assim que você chega, não tem mais nada a fazer. Fica entediado. A paixão é um sobe e desce; é como uma montanha russa, sabe, e muito mais interessante para mim.

Você já escreveu do ponto de vista da mulher. É mais difícil para você do que da perspectiva masculina?

A criatividade é basicamente um processo feminino. Estou convencido de que temos em nossa alma, todos nós, um lado masculino e um lado feminino. Então, no final das contas, você sempre usa a energia criativa feminina para escrever ou realizar qualquer tipo de arte ou criatividade. Por isso, se vejo que minha protagonista é uma mulher, não é mais difícil, não. E mesmo quando o protagonista é homem, escrevo usando esta energia feminina.

Qual é a sua visão do adultério?

O que vejo é que existem muitas pessoas que destroem seus casamentos por causa de aventuras com outras pessoas. E como dizem os franceses, ‘C'est ne pas grave’ (não é grave). Não é algo fácil de engolir, mas ao mesmo tempo não justifica que você termine um relacionamento duradouro porque algo aconteceu.

Mas, de qualquer maneira, quando escrevi o livro, minha intenção não era julgar o adultério. Era acima de tudo descrever o adultério como as pessoas o veem. E tocar em alguns assuntos que são muito importantes... o livro trata muito mais de como lidamos com nossos desafios hoje, com nossos desafios pessoais.

Você sente alguma pressão para agradar o público, ou simplesmente escreve o que quer dizer?

Se sentisse qualquer pressão para agradar o público, jamais escreveria um livro chamado “Adultério”. Muitos leitores ficaram chocados, porque estão acostumados com um tipo de livro diferente... então a resposta é não, nenhuma. Senão escreveria sobre coisas com as quais estão familiarizados. E isso seria o fim da minha carreira, porque eu deixaria de ter prazer em fazer o que faço.

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Nova York - Paulo Coelho conquistou um sucesso estrondoso escrevendo romances de temática espiritual, mas a capa de seu novo livro poderia levá-lo facilmente para as prateleiras de autores românticos.

Em “Adultério”, o autor do best-seller “O Alquimista”, elogiado por celebridades como a apresentadora de televisão Oprah Winfrey e o presidente russo, Vladimir Putin, adota uma perspectiva singular sobre um assunto muito discutido.

“Adultério” acompanha uma jornalista suíça que começa a questionar sua vida depois de entrevistar um autor que prefere a paixão à felicidade. Ela embarca em um caso extraconjugal com um namorado de juventude, uma experiência que desperta empolgação, raiva e desespero, e finalmente conduz ao crescimento espiritual.

O escritor Paulo Coelho conversou com a Reuters em Genebra, na Suíça, onde hoje vive.

No livro, você é o autor que prefere a paixão à felicidade?

Sim, com certeza. A felicidade é um lugar no qual, assim que você chega, não tem mais nada a fazer. Fica entediado. A paixão é um sobe e desce; é como uma montanha russa, sabe, e muito mais interessante para mim.

Você já escreveu do ponto de vista da mulher. É mais difícil para você do que da perspectiva masculina?

A criatividade é basicamente um processo feminino. Estou convencido de que temos em nossa alma, todos nós, um lado masculino e um lado feminino. Então, no final das contas, você sempre usa a energia criativa feminina para escrever ou realizar qualquer tipo de arte ou criatividade. Por isso, se vejo que minha protagonista é uma mulher, não é mais difícil, não. E mesmo quando o protagonista é homem, escrevo usando esta energia feminina.

Qual é a sua visão do adultério?

O que vejo é que existem muitas pessoas que destroem seus casamentos por causa de aventuras com outras pessoas. E como dizem os franceses, ‘C'est ne pas grave’ (não é grave). Não é algo fácil de engolir, mas ao mesmo tempo não justifica que você termine um relacionamento duradouro porque algo aconteceu.

Mas, de qualquer maneira, quando escrevi o livro, minha intenção não era julgar o adultério. Era acima de tudo descrever o adultério como as pessoas o veem. E tocar em alguns assuntos que são muito importantes... o livro trata muito mais de como lidamos com nossos desafios hoje, com nossos desafios pessoais.

Você sente alguma pressão para agradar o público, ou simplesmente escreve o que quer dizer?

Se sentisse qualquer pressão para agradar o público, jamais escreveria um livro chamado “Adultério”. Muitos leitores ficaram chocados, porque estão acostumados com um tipo de livro diferente... então a resposta é não, nenhuma. Senão escreveria sobre coisas com as quais estão familiarizados. E isso seria o fim da minha carreira, porque eu deixaria de ter prazer em fazer o que faço.

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