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Patrick Stewart volta ao comando estelar com "Star Trek: Picard"

Ator, que está prestes a fazer 80 anos, prometeu nunca mais voltar ao universo de Stark Trek, mas mudou de ideia

Patrick Stewart: série estreia em 23 de janeiro na CBS e na Amazon Prime (Rich Fury/Getty Images)

Patrick Stewart: série estreia em 23 de janeiro na CBS e na Amazon Prime (Rich Fury/Getty Images)

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AFP

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 14h29.

São Paulo — Ele prometeu nunca mais voltar, mas Patrick Stewart mudou de ideia e novamente vai viver aventuras no espaço como o capitão Jean-Luc Picard em uma nova série da franquia "Star Trek", que será lançada na próxima semana.

Após se despedir do personagem que deu a ele fama internacional, o ator inglês shakespeariano, que completa 80 anos este ano, ficou tentado a voltar ao universo trekker por causa de uma nova visão de Picard.

"Faz 17 anos desde que eu disse 'au revoir' a Jean-Luc", declarou Stewart à AFP durante uma visita a Paris, e um quarto de século desde o encerramento de "Star Trek- A Nova Geração", o primeiro "spin-off" de "Star Trek", a série de ficção científica surgida nos 1960.

"Era minha intenção absoluta não apenas nunca voltar a esse mundo, mas assumir que tudo o que podia ser dito havia sido dito - que não havia mais nada a dizer", acrescentou o ator.

Isso até Stewart começar a conversar com Alex Kurtzman, o criador de "Star Trek: Picard", e o roteirista Michael Chabon, que queria levar o comandante a lugares aonde nunca esteve antes.

Chabon traz um certo prestígio ao projeto como romancista premiado com o Pulitzer - mas ele também é um fã de longa data de Star Trek.

"Descobri que eles tinham ideias inesperadas e que estávamos em um mundo diferente daquele criado pela 'Nova Geração'", afirmou Stewart, que nos últimos anos emprestou seu talento a outro personagem emblemático, o professor Xavier de "X-Men".

Agitado e abalado

"Parece um novo começo, porque Picard está em uma situação completamente diferente daquela que vimos nos 178 episódios e quatro filmes de cinema anteriores", explica.

Por um lado, o agora almirante reformado, que sempre exibiu fleuma e autoridade, sofrerá uma genuína transformação na nova série, que estreia dia 23 de janeiro na CBS e na Amazon Prime.

O velho Picard perdeu o rumo, abalado pela morte do androide Data, que era um verdadeiro amigo para seus colegas da Frota Estelar.

"O mundo ao redor dele é transformado e não é mais o mesmo mundo que ele conhecia", diz Stewart, que apareceu pela última vez a bordo da nave "Enterprise" no filme de 2002 "Nêmesis".

Picard volta à ação dessa vez para ajudar Dahj, uma jovem cheia de angústias.

Além disso, a nova série também mostra Picard voltando às suas raízes gaulesas, enquanto a civilização francesa parece estar à beira da extinção.

Com algumas cenas gravadas em um vinhedo, Picard fala em sua língua nativa. "Tentamos criar um cenário o mais francês possível", disse Stewart à AFP.

Paralelos com o presente

Na nova série, Picard conta com a ajuda de Raffi Musiker, uma hacker investigadora com talentos inigualáveis interpretada por Michelle Hurd, que é atormentada por seus demônios e pelas relações complicadas com o capitão no passado.

"Acho que ela representa muitas pessoas, mulheres feridas e assombradas pelas escolhas e decisões que tomaram na vida", explica Hurd à AFP.

"Ela está apenas tentando acordar de manhã e enfrentar o dia. Ela é muito, muito boa no trabalho dela. Às vezes acho que talvez essa habilidade... seja a coisa que a distrai do que a assombra", acrescentou.

A outra personagem feminina importante da série é Dahj, interpretada pela atriz britânica Isa Briones.

"Dahj meio que coloca tudo em movimento... fazendo Picard se aventurar em uma nova missão", diz ela.

Embora não fosse uma grande fã da série original, Isa diz que sempre admirou os valores, como direitos humanos e diversidade, que a criação de Gene Roddenberry promovia muito à frente de seu tempo.

"Eu gosto de dizer que é uma bela responsabilidade que temos. As pessoas se preocupam muito com esse programa ... Isso as ajudou a encontrar as pessoas certas, que falam o mesmo idioma que os fãs", comentou.

Como costuma acontecer com a ficção científica, Briones disse que "as histórias refletem os eventos atuais".

"Vamos contar histórias que são pertinentes para este momento. Não estamos dando lições, mas estamos trazendo luz aos dilemas humanos", acrescentou.

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