Parque Augusta: o 1º feriado, com muito sol e lotação completa
Com dez dias, o parque se tornou opção para quem não viajou. O espaço mais disputado foi o amplo gramado da entrada principal da Rua Caio Prado
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de novembro de 2021 às 17h37.
Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 17h49.
No primeiro feriado após a abertura, o Parque Augusta Prefeito Bruno Covas, na região central paulistana, quase lotou. Havia visitantes com biquínis e sungas em clima de praia no gramado; famílias fazendo piqueniques e shows musicais e circenses.
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Com dez dias, o parque se tornou opção para quem não viajou. O espaço mais disputado foi o amplo gramado da entrada principal da Rua Caio Prado. O calor que chegou aos 27 °C foi a senha para estender a canga e até colocar biquíni, como a estilista Yumi Kurita. "O parque oferece uma boa infraestrutura. A gente olha essa grama e já dá vontade de deitar", diz a moradora da região, de 30 anos.
Ela e um grupo de cinco amigos levaram vinho, queijo, brownie, torrada e sanduíche. O gramado não virou só uma praia adaptada, mas também a própria mesa do bar. Ainda com receio da contaminação pelo novo coronavírus, Tamiris Melo diz que é mais seguro confraternizar ao ar livre. "A pandemia não acabou. A gente pode fazer o que faria no bar, mas mais protegidos", diz a empresária de 32 anos.
Em um cantinho mais discreto, à sombra, a manicure Sabrina Silva também caprichou no cardápio: torta caseira de frango, refrigerante e um docinho de sobremesa. Ela conseguiu reunir várias gerações da família: a bisavó Pedra Pereira Silva, de 82 anos, a avó Conceição Gomes, ela própria e os filhos. É a primeira vez que todos se reúnem após o avanço da vacinação contra covid-19. "A gente ficou muito tempo em casa. Precisava sair um pouco", diz dona Pedra, que deixou a cidade de Dom Eliseu (PA) por causa da pandemia.
A Prefeitura informou que até as 19h15 de ontem 21.540 pessoas visitaram o parque. No domingo, foram 16.127 e, no sábado, 10.390.
Além do gramado
O antigo bosque e os caminhos centenários, datados da instalação do Colégio Des Oiseaux na área nos anos 1910, foram preservados. Ali, muita gente estava apenas circulando. Como Carlos Bezerra, de mãos dadas com a mulher Carolina Bezerra, ambos de 67 anos. Isso faltando complemento: o bulevar que ligaria o espaço à Praça Roosevelt (pela Rua Gravataí) não está pronto.
Com 23 mil metros quadrados, o local tem um anfiteatro ao ar livre com arquibancada e palco de madeira. Era ali que a artista circense Isabel Luana Silva ensaiava malabarismos com um bambolê. Ela deixou o semáforo da Rua Caio Prado com a Avenida da Consolidação para "sentir o clima" dentro do parque. A primeira impressão foi boa: aplaudida por quem acompanhava seu treino. Enquanto isso, a banda "Mustaches & os Apaches" apresentou seu repertório folk passando o chapéu numa das apresentações. No currículo, Sesc Vila Mariana e Virada Cultural de 2014. E mais aplausos.
Crianças e pets
Já as crianças ganharam espaços específicos, como o tradicional parquinho, que também esteve lotado, mas também improvisaram outros espaços. As pedras que ornamentam algumas trilhas entre o gramado viraram matéria-prima para as esculturas da Giovanna, de 6 anos, com a ajuda do pai, Leonardo, engenheiro de 32 anos. Até os pets puderam brincar - há um cachorródromo. "Acho o espaço ótimo, aberto. Ele está se divertindo muito", disse o fotógrafo Olavo Martins, de 35 anos, ao lado do advogado Filipe Marquezin, de 35 anos. "Ele" é o pinscher Calvin Klein.
A instalação foi determinada no Plano Diretor de 2002. O terreno era utilizado como estacionamento e quase se tornou empreendimento habitacional e comercial. Após décadas de mobilização de moradores e associações do entorno, a Prefeitura fez um acordo com as construtoras proprietárias.