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O Rolex de Trump e o Omega de Biden: quem vence essa eleição?

As duas marcas suíças de relógios são tão antagônicas quanto os candidatos à presidência dos Estados Unidos

Donald Trump e seu Rolex: Day Date, o relógio dos presidentes (Reprodução/Divulgação)

Donald Trump e seu Rolex: Day Date, o relógio dos presidentes (Reprodução/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 25 de outubro de 2020 às 08h33.

Última atualização em 25 de outubro de 2020 às 08h55.

A política é feita de simbolismos. E o ato de usar relógio, em tempos de smartphones, tem como função não ver as horas, e sim espelhar uma personalidade. O que podemos dizer então da escolha dos modelos usados pelos dois concorrentes à Casa Branca, o presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden, respectivamente das marcas Rolex e Omega?

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No evento em que Kamala Harris foi anunciada como candidata a vice-presidente da chapa democrata, Joe Biden estava usando um Omega Seamaster Diver 300M preto. Trata-se de um modelo voltado para mergulho de uma das mais respeitadas manufaturas suíças, fundada em 1848. Esportivo, sem dúvida. Mas muito elegante.

Em outros momentos, Biden já foi visto com um Omega Speedmaster Moonwatch. Esse sim é um ícone americano. Não pela procedência, já que seu mecanismo vem de Bienne, na Suíça. Mas foi com esse modelo que os astronautas da Apollo 11 se tornaram os primeiros a pisar na lua, em 1969, época de corrida espacial contra a União Soviética.

Ninguém questiona que a Omega se posiciona como uma relojoaria de luxo. Basta checar os mecanismos desenvolvidos dentro da própria manufatura ou o design bem-acabado. Se ainda resta dúvida, cabe conferir os preços dos modelos no site brasileiro. A versão mais tradicional do Moonwatch, com caixa de 42 mm e pulseira de couro, custa 35.600 reais. O Seamaster 300M preto também de 42 mm sai por 30.200 reais.

Joe Biden e seu relógio Omega

Joe Biden e seu relógio Omega: modelo resistente de mergulho (Divulgação/Reprodução)

A marca é bastante associada a esportes e aventuras. É o relógio oficial, afinal, da franquia do James Bond, na atual encarnação de Daniel Craig. Há inclusive uma versão já à venda do Seamaster 007, ainda que a estreia do mais recente filme do espião britânico tenha sido postergada para abril. A Omega é também a patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos.

Já Donald Trump usa a marca arquirrival da Omega. Simplesmente o relógio mais conceituado do mundo, sinônimo de alta relojoaria, epítome da aceitação na alta sociedade, a Rolex. O modelo com que ele costuma ser visto, o Day-Date, ainda por cima é conhecido como o relógio dos presidentes. No seu caso, a versão que costuma usar é a dourada.

O relógio dos presidentes

“O relógio dos presidentes” ganhou essa alcunha com um anúncio dos anos 1980, quando o modelo podia ser comprado por apenas 1 mil dólares. Como diz o nome, o relógio exibe tanto o dia da semana, por extenso e no alto, como o dia do mês, na posição das 3 horas. As versões mais recentes, em ouro amarelo como o do presidente Trump, sequer tem preço disponível no site, mas não ficam abaixo dos 150 mil reais.

A Rolex foi fundada em 1905. O Day Date é de 1956. O primeiro presidente a desfilar com um no pulso foi Lyndon Johnson. Mas está longe de ser o único poderoso de diversos segmentos, até do universo da ficção, associado ao modelo. O bilionário Warren Buffett. O rapper Jay Z. O mafioso Tony Soprano. Todos compartilham o gosto pelo Day Date.

Reza a lenda que Marilyn Monroe presenteou John Kennedy com um Day Date na mesma noite em que o surpreendeu com sua tórrida versão de Happy birthday, Mr. President no Madison Square Garden. “JACK, with love as always from MARILYN, May 29th 1962”, dizia a inscrição gravada no relógio, leiloado em 2005 para um comprador anônimo por 120 mil dólares.

A Rolex também tem um storytelling de aventuras. Se o Speedmaster da Omega esteve na lua, o Explorer da Rolex foi o primeiro relógio a subir o Everest, nos pulsos de  Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em 1953.

Separados pelo quartzo

Omega e Rolex seguiram caminhos paralelos até os anos 1970. O advento do quartzo, com a consequente invasão das marcas japonesas, separou a trajetória dos rivais. A Omega apostou na nova tecnologia, acreditando se tratar do futuro. Sua percepção de marca então diminuiu, e a manufatura não teve remédio a não ser retomar depois a fidelidade aos movimentos mecânicos. Mas o dano estava feito.

Já a Rolex se posicionou naquele momento como uma marca de luxo, para a alta classe. Foi uma estratégia acertada. Seu valor se manteve mais elevado, até hoje. Modelos similares ao da Omega custam um pouco mais. Pode ser apenas aparência de uma marca que tem uma coroa por símbolo. Não importa. Como sempre, o julgamento do cliente é soberano.

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