Casual

O futuro elétrico da Volvo se dá com o compromisso com a sustentabilidade

Em entrevista exclusiva, Head da Volvo na América Latina conta sobre os planos da marca sueca, após o anúncio dos planos de eletrificação dos carros em 100% até 2030

O modelo XC40 Recharge da Volvo (Volvo/Divulgação)

O modelo XC40 Recharge da Volvo (Volvo/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 4 de março de 2021 às 14h32.

Última atualização em 5 de março de 2021 às 15h49.

Após uma imensa uma geleira se descolar, antes de um carro ser lançado de uma altura de 30 metros (para testar a segurança dos passageiros), o apresentador olha para câmera assustado. Essa é a propaganda da Volvo sobre a prioridade da agenda da montadora: o ESG (sigla em inglês para a preocupação das empresas para as áreas ambiental, social e de governança). Assim foram apresentados os novos planos da montadora para os próximos dez anos: até 2030 todos os carros da Volvo serão elétricos. Em entrevista exclusiva à Casual, Luis Rezende, Head da Volvo na América Latina, conta sobre os planos e novidades da marca sueca.

Quer aumentar sua renda para comprar um carro de luxo? Investir melhor seu dinheiro pode ser a solução.

Com o anúncio feito pela Volvo na terça-feira (2) de que até 2030 toda a frota da marca será elétrica, as últimas vendas de carros a combustão da marca estão marcadas para este mês. A partir de então, serão vendidos apenas as versões Plug-in Híbrido e totalmente elétricos. 

Para este ano, são esperados dois lançamentos 100% elétricos, o XC40 Recharge, que chega ao país em meados de julho, e o C40, lançado nesta semana e que chega ao Brasil em janeiro de 2022 (por enquanto o modelo está disponível somente em Milão, Tóquio e Nova York). Ambos os carros ainda sem valores divulgados para o Brasil. 

Se até 2025, metade dos lançamentos Volvo será elétrica, isso significa que “todos os lançamentos das primeiras versões vão ser elétricos. A renovação do XC90 e do XC60, por exemplo, serão 100% elétricos na primeira versão”, comenta Rezende.

Para este ano, a marca sueca espera atingir mil pontos de recarga. “O Brasil é um país com proporção continental, então teremos muitas ações em relação a investimento em infraestrutura de carregamento”, comenta Rezende sobre as redes de shopping centers como Iguatemi e BR Malls e rede de supermercados Pão de Açúcar, que oferecem vagas com recarga dos veículos gratuita. “Acredito que esse é o papel da indústria, e não do governo, que tem ações mais importantes para se preocupar, como o combate à pobreza, acelerada ainda mais com a pandemia”, completa.

Ainda que os carros elétricos tenham autonomia de até 420 quilômetros, a Volvo pretende levar os postos para outras cidades. “É uma necessidade do cliente que sai de São Paulo e vai para a praia ou para o campo”, comenta Rezende sobre a implementação de postos fora das grandes cidades.

O modelo C40, lançado nesta semana, deve chegar no país em janeiro de 2022. (Volvo/Divulgação)

Outro ponto que condiz com a recarga trata dos hábitos dos motoristas. “A recarga do veículo é mais uma área que deve mudar com o consumidor, e se aproxima com o que já fazemos com o notebook e o celular: de sempre estarmos de olho no nível da bateria”, diz.

Outra ação de comprometimento com a sustentabilidade se dá com a substituição do uso de couro animal nos carros por materiais sintéticos. 

Vendas

A marca pretende aumentar em 3% o total de vendas para 2021, em comparação com o ano passado, chegando a oito mil carros entre elétricos e híbridos. Em 2020 ainda, dos 1.950.889 de carros vendidos no Brasil, 11 mil são eletrificados, sendo 3.216 da Volvo (um crescimento três vezes maior em comparação com 2019).

A Volvo alcançou mais de 63% entre todos os eletrificados plug-in vendidos no Brasil e mais de 50% entre os híbridos e elétricos do segmento premium, ficando atrás da BMW e com margem de 750 veículos à frente da terceira colocada, a Audi.

“Foi um ano atípico como todos sabemos. Nossa maior prioridade foi encontrar maneiras de proteger nossos colaboradores, concessionários e consumidores, além de planejar a retomada da forma mais forte possível. Neste sentido, temos muitos motivos para comemorar”, destaca João Oliveira, diretor geral de operações e inovação da Volvo Car Brasil.

Ainda que no Brasil a Volvo tenha fechado o ano com saldo positivo, a níveis mundiais, as vendas da montadora despencaram em 22% em comparação à 2019, com um total de 40 bilhões de dólares. Mas, ainda assim, a Volvo resistiu a um 2020 dramático para a indústria do automóvel, com uma queda global das vendas de 6%, a 661.713 veículos. 

A empresa também quer revolucionar seus canais de venda, que venderão os modelos elétricos online. "As pessoas podem ficar irritadas com a falta de transparência nos preços. O processo de compra continua sendo muito complicado, assim vamos simplificar o menu, com preços fixos em cada país", disse Håkan Samuelsson. Mas, isso não significa o fim das concessionárias. “As lojas físicas dão capilaridade no Brasil. Não é possível estar atento ao público sem este parceiro tão importante. Além disso, existe toda a manutenção do veículo e um pós vendas que também é extremamente necessário com as concessionárias”, comenta Rezende sobre as transações digitalizadas.

Para os próximos anos, o Head da América Latina avalia a importância das medidas tomadas pela empresa. “Nossa ambição é lançar uma competição saudável. Quanto mais carros elétricos estiverem circulando, quanto mais essa tecnologia for abraçada, menos poluentes serão lançados nas cidades. Toda a população ganha com isso, além de baratear a tecnologia e expandir o acesso. Então, para mim é uma corrida do bem”, finaliza.

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

Acompanhe tudo sobre:CarrosCarros elétricosLançamentosLuxoMontadorasVolvo

Mais de Casual

"Não existe mais casual friday": o novo momento da moda masculina

Os 10 melhores restaurantes do Brasil em 2024: veja o ranking

Os olhos atentos de Juliana Pereira, CEO da Montblanc no Brasil e observadora de pássaros

Os hobbies favoritos de CEOs brasileiros: conheça o que eles fazem nas horas vagas