Nova moda dos super-ricos é ter "casas de marca" como Bvlgari e Armani
Na Tailândia, quase 40% de todos os novos empreendimentos agora são de marca. Dubai tem a maior concentração de residências de marca
Anderson Figo
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 15h52.
Os super-ricos muitas vezes querem se vestir da cabeça aos pés com marcas de luxo. E além disso estão abocanhando cada vez mais residências multimilionárias de marcas como Armani, Bvlgari e Four Seasons.
Existem mais de 400 projetos de marca em todo o mundo, com compradores dispostos a pagar diferenças de até 132 por cento em Bangkok e de 69 por cento em Kuala Lumpur em relação às residências sem marca, segundo relatório da consultoria imobiliária Knight Frank. Na Tailândia, quase 40 por cento de todos os novos empreendimentos agora são de marca, informa o relatório.
Muitos dos endereços mais cobiçados são residências de marcas de hotéis como JW Marriott, Four Seasons, Versace e Aman Resorts. Elas oferecem níveis de serviço semelhantes aos de seus melhores hotéis, incluindo chefs particulares, a possibilidade de fazer pedidos de um menu de serviço de quarto e serviços de concierge 24 horas.
Dubai tem a maior concentração de residências de marca, atraindo operadoras como The W, Jumeirah e Bvlgari. Segundo Piers Schmidt, consultor de marcas de luxo da The Luxury Consultancy, isso “se deve ao fato de que incorporadoras e promotores precisam se diferenciar: é possível construir mais alto, fazer girar e brilhar, mas, dentro do apartamento, ter uma marca é uma vantagem”.
Na Europa, o mercado de conceito de marca ainda é muito pequeno, representando apenas 7 por cento das residências de marca. Na Austrália ocorre o mesmo, mas Sidney é promissora. Adjacente a um porto, a cidade atrai uma proporção significativa dos 10.000 indivíduos de riqueza líquida elevada que chegam ao país todos os anos.
“Todas as evidências que temos até o momento com a comercialização da One Barangaroo é que o mercado se manterá em uma diferença de 25 por cento a 35 por cento em relação a um produto comparável sem marca”, disse Erin van Tuil, sócia da Knight Frank.
Liam Bailey, chefe global de pesquisa da Knight Frank, disse que essas propriedades também podem ser um investimento útil porque podem ser alugadas quando não estão em uso. Além disso, tendem a manter melhor o valor em meio a declínios de mercado, disse.
Um exemplo: uma cobertura no One Hyde Park, que possui residências da marca Mandarin Oriental, foi vendida por 160 milhões de libras (US$ 211 milhões) neste mês.