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Nova Champions League? Times ricos da Europa querem criar outra liga

Esta é a primeira vez que os times mais ricos vão além das ameaças e dão um passo adiante criando uma nova liga de sua propriedade e anunciando planos concretos para organizar uma competição rival

Barcelona vs Bayern Munich - UEFA Champions League (Manu Fernandez/Getty Images)

Barcelona vs Bayern Munich - UEFA Champions League (Manu Fernandez/Getty Images)

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Julia Storch

Publicado em 19 de abril de 2021 às 09h45.

Última atualização em 19 de abril de 2021 às 15h07.

A Uefa, entidade que governa o futebol europeu, realizará uma reunião de crise nesta segunda-feira, horas depois de 12 clubes do continente chocarem o mundo do futebol anunciando a formação de uma competição dissidente que batizaram de Super Liga.

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Também nesta segunda-feira, o banco de investimento JP Morgan confirmou à Reuters que está financiando a nova liga, que inclui times como Real Madrid e Manchester United e pretende rivalizar com a tradicional Liga dos Campeões da Uefa.

O rompimento foi muito criticado pelas autoridades do futebol, por torcidas organizadas e por políticos de toda a Europa.

Uma batalha acirrada pelo controle do esporte e sua renda lucrativa começou com uma carta enviada pelos 12 clubes à Uefa nesta segunda-feira na qual disseram que adotarão medidas legais em tribunais não identificados para protegerem seus interesses à medida que organizam a liga.

A Reuters viu a carta, que diz ser uma resposta ao comunicado de domingo no qual a Uefa disse que "analisará todas as medidas disponíveis a nós, em todos os níveis, tanto judiciais quanto esportivos, de forma a impedir que isto aconteça".

A Uefa ainda disse que os times envolvidos "serão proibidos de jogar em qualquer outra competição em nível doméstico, europeu ou mundial, e seus jogadores podem ser privados da oportunidade de representar suas seleções".

A carta da Super Liga diz que estas declarações "nos induzem a adotar medidas de proteção para nos poupar de uma reação tão adversa, que não somente ameaçaria o compromisso de financiamento do fundo (do JP Morgan), mas seria ilegal, o que é significativo".

"Por esta razão, a SLCo (Companhia Super Liga) apresentou uma moção aos tribunais relevantes para garantir o estabelecimento e a operação da competição sem sobressaltos de acordo com as leis aplicáveis."

No passado, ameaças de ruptura levaram a concessões entre a Uefa e os grandes times da Liga dos Campeões, a competição de clubes de elite da Europa, quanto ao formato e à distribuição da renda.

Mas esta é a primeira vez que os times mais ricos vão além das ameaças e dão um passo adiante criando uma nova liga de sua propriedade e anunciando planos concretos para organizar uma competição rival.

Ainda na liga inglesa, Liverpool, Arsenal, Manchester City, Chelsea e Tottenham Hotspur endossaram os planos. Entre os espanhóis, Barcelona e Atlético de Madri engrossaram as fileiras, e Milan, Inter de Milão e Juventus compõem o trio de times italianos interessados. O Paris St Germain e o atual campeão europeu Bayern de Munique não aderiram.

Presidente da Uefa afirma que clubes dissidentes serão banidos "o mais rápido possível"

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, reiterou nesta segunda-feira que os clubes e jogadores envolvidos na proposta de criação da competição dissidente Superliga podem ser banidos "o mais rápido possível" de todas as competições europeias e da Copa do Mundo.

Em uma reunião de emergência, um dia após 12 clubes europeus anunciarem a Superliga da Europa, Ceferin lançou um ataque contundente ao plano, que foi amplamente condenado dentro e fora do mundo do esporte.

"Ainda estamos avaliando com nossa equipe jurídica, mas tomaremos todas as sanções que pudermos e iremos informá-los assim que possível", disse. "Minha opinião é que eles têm de ser banidos o mais rápido possível de todos os nossos torneios e os jogadores de todas as nossas competições."

A reunião foi inicialmente agendada para confirmar os planos para uma expansão da Liga dos Campeões da Uefa, mas foi ofuscada pela Superliga.

"A Uefa e o mundo do futebol estão unidos contra a proposta vergonhosa e egoísta que vimos nas últimas 24 horas para alguns clubes selecionados na Europa, motivados pela ganância. Estamos todos unidos contra este projeto absurdo", disse Ceferin.

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