Roger Waters, no palco. (Odd Andersen/AFP/AFP)
EFE
Publicado em 3 de novembro de 2018 às 10h32.
Montevidéu - O cantor e ativista inglês Roger Waters, que foi nomeado visitante ilustre de Montevidéu nesta sexta-feira após uma tumultuada passagem pelo Brasil, se declarou fã do ex-presidente José Mujica e das políticas econômicas do Uruguai.
"É maravilhoso estar aqui em Montevidéu porque o Uruguai tem um valor importante para os demais cidadãos do mundo", declarou um dos fundadores do Pink Floyd, que viajou à capital uruguaia para fazer seu primeiro show no país este sábado.
Neste sentido, o músico e compositor disse que, apesar da pequena população do país, de 3,3 milhões de habitantes, a nação é "enorme em termos de influência".
"Agradeço a Pepe Mujica, entre outros, por ter tido a inteligência e o coração para sugerir que há outros caminhos", disse o roqueiro de 75 anos, explicando que a outra via à qual faz referência é "o caminho da comunidade".
"Todos temos que aprender a atuar como uma comunidade global de humanos", acrescentou, ressaltando que em tal coletivo todos deveriam ser iguais diante das leis internacionais dos direitos humanos e se deveria reduzir a "extremamente feia lacuna" que existe entre os "imensamente ricos e o resto dos seres humanos".
Por último, um dos responsáveis por álbuns icônicos como "The Dark Side of The Moon" (1973) e "The Wall" (1979) destacou que, segundo o que tinha lido antes de chegar ao país, o Uruguai tinha sido capaz de "rejeitar as políticas neoliberais que se espalharam por quase todo o mundo ocidental".
Waters encerrou nesta semana em Porto Alegre uma turnê pelo Brasil na qual causou polêmica ao fazer críticas diretas e indiretas ao presidente eleito Jair Bolsonaro durante suas apresentações.