Músicas de Amy Winehouse e Nirvana são feitas por inteligência artificial
"As fitas perdidas do clube dos 27" contém quatro faixas póstumas, feitas a partir de um programa que estuda até 30 músicas dos cantores e bandas
Julia Storch
Publicado em 13 de abril de 2021 às 13h41.
Última atualização em 16 de abril de 2021 às 17h22.
A voz marcante de Amy Winehouse, as habilidades na guitarra de Jimmy Hendrix, as atitudes de rockstar de Kurt Cobain e Jim Morrison. Personagens da música que fazem parte do ‘clube dos 27’, ou cantores que faleceram aos 27 anos, acabam de ganhar novas músicas a partir de inteligência artificial.
The Lost Tapes of the 27 Club (as fitas perdidas do clube dos 27) contém quatro faixas póstumas, feitas a partir de um programa que estuda até 30 músicas dos cantores e bandas, com foco nas composições, ritmos e instrumentos. Essas análises então são traduzidos por meio de um sintetizador para gerar uma nova sequência de ritmos. Um engenheiro de áudio usou as sequências para criar os novos hits.
O EP contém uma música de cada artista em sua versão artificial: “The Roads Are Alive” que imita The Doors, “You're Gonna Kill Me”, por Jimi Hendrix artificial, “Drowned in the Sun” do Nirvana digital e “Man, I Know ” com o mesmo sotaque britânico de Amy Winehouse.
A escolha dos artistas não foi ao acaso. Visto que estes morreram em consequência de overdoses e luta contra químicos. O projeto foi desenvolvido pelo Over The Bridge, instituição canadense que traz a tona conteúdos e conversas sobre saúde mental na indústria da música.
Segundo a instituição, uma pesquisa britânica mostrou que 9 em cada 10 músicos profissionais no Reino Unido relatam estar com problemas de saúde mental causados pelo fechamento de bares e casas de show. Além disso, estudos mostram que os trabalhadores da indústria da música têm duas vezes mais probabilidade de tentar o suicídio, o dobro comparado a população em geral.
“E se todos esses músicos que amamos tivessem suporte de saúde mental?” disse Sean O'Connor, do conselho de diretores da Over the Bridge, à Rolling Stone. “De alguma forma, na indústria musical, [a depressão] é normalizada e romantizada... Sua música é vista como um sofrimento autêntico.”
A organização oferece suporte aos artistas através de página no Facebook, assim como sessões e workshops através do Zoom, para que estes se sintam menos sozinhos e possam expressar seus sentimentos e composições.