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Morre Horacio Vázquez-Rial, um grande escritor "esquecido"

"Ele foi um grande criador, de altíssima qualidade literária, controverso, como todo bom escritor, mas esquecido". Assim o classificou o editor Pere Sureda

O escritor Horacio Vázquez-Rial em entrevista: Além de sua atividade como escritor, ele desenvolveu um grande trabalho como tradutor, superando a marca de 30 livros traduzidos (Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 15h09.

Madri - O escritor , jornalista e tradutor argentino Horacio Vázquez-Rial morreu nesta quinta-feira em Madri, aos 65 anos, vítima de câncer, informaram à Agência Efe fontes ligadas ao autor.

"Ele foi um grande criador, de altíssima qualidade literária, controverso, como todo bom escritor, mas esquecido". Assim o classificou o editor Pere Sureda, um de seus grandes amigos.

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"Nesta manhã, Horacio Vázquez-Rial perdeu a batalha contra o câncer. Morreu acompanhado de suas filhas. Está livre de todo o sofrimento", disse ele em uma mensagem na internet.

Vázquez-Rial nasceu em Buenos Aires no dia 20 de março de 1947, mas se mudou em 1968 para Barcelona, cidade que o conquistou após ter conhecido Juan Marsé. Viveu em Madri nos últimos quatro anos.

Cursou História e obteve um doutorado em Geografia Humana. Se envolveu na vida política da Argentina como integrante do Partido Comunista, o qual abandonou mais tarde ao se exilar em Barcelona em 1974, onde conseguiu a nacionalidade espanhola.

O primeiro livro que escreveu nasceu de sua vocação acadêmica e era um ensaio sobre as políticas populacionais na América. Em 1979, foi publicado seu segundo livro, "Los borrachos en el cementerio", no qual incluiu uma série de poemas.

No final da década de 1970, sofreu uma crise pessoal que influiu em seu trabalho literário. Depois de superada a crise, ocorreu uma mudança em seu estilo.


Seu primeiro romance, "Segundas personas", foi lançado em 1983. Em 1985, escreveu "El viaje español" e no ano seguinte a obra "Oscuras materias de la luz". Nestes romances Vázquez-Rial relatou o exílio argentino.

Em 1987 escreveu "Historia del Triste" e neste mesmo ano publicou "La libertad de Italia", as duas primeiras obras de uma trilogia, completada em 1988 com o romance "Territorios vigilados", em que aborda os momentos da história recente da vida política argentina. Neste último ano também escreveu o ensaio "Buenos Aires".

Foi nomeado para o Prêmio Nadal em 1987 com "História del triste", e em março de 1989 foi finalista na quinta edição do Prêmio Plaza y Janés, pela obra "La reina de oros".

Em abril de 1991 apresentou em Madri o romance "Los últimos tiempos", que descreveu como "produto de uma crise pessoal e ideológica, em que resgata elementos e personagens de obras anteriores, dentro do marco social e estético de uma Barcelona tradicional em transe de desaparecimento".

Após vários anos sem publicar, em março de 1994 apresentou "Frontera sur", uma narração da vida de três gerações de uma família que migrou para a América e depois retornou à Espanha para lutar na guerra civil.

Em 1996, vieram "La Guerra Civil española: una historia diferente" e "El soldado de porcelana", baseada na vida de um músico da "Geração de 27", considerada sua melhor obra por Pere Sureda.

Além de sua atividade como escritor, desenvolveu um grande trabalho como tradutor, superando a marca de 30 livros traduzidos.

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