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Millôr Fernandes é o homenageado da 12ª edição da Flip

Cartunista, jornalista e, sobretudo, um defensor da liberdade de expressão, Millôr Fernandes é o homenageado da Feira Literária Internacional de Paraty de 2014

Millôr Fernandes: “se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal.” (Daniela Dacorso / Bravo)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 11h16.

Paraty -“Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal.”; “Inúmeros artistas contemporâneos não são artistas e, olhando bem, nem são contemporâneos” ou mesmo "O Brasil é realmente muito amplo e luxuoso. O serviço é que é péssimo", são exemplos de algumas das inúmeras frases irreverentes e sempre atuais e bem humoradas do homenageado da 12ª edição da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) que começa hoje (30) na cidade do litoral fluminense.

Tradutor de outros gênios da literatura , como Shakespeare e Ibsen, cartunista, jornalista, teatrólogo, romancista, roteirista, e, sobretudo, um defensor bem humorado da liberdade de expressão, Millôr Fernandes, falecido em 2012, e suas múltiplas facetas serão relembradas e celebradas em atividades ao longo dos cinco dias de evento que termina domingo (3).

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O curador da Flip, Paulo Werneck, explicou que a escolha por Millôr, diante de uma lista de possibilidades de homenageados, se deu após conversas com vários participantes e parceiros do evento em anos anteriores.

“Cada vez que aparecia o nome dele, os olhinhos das pessoas brilhavam e percebemos que havia algo de muito caloroso e que poderia ser uma homenagem diferente”, disse ele.

As homenagens vão de mesas de debate, peças teatrais e lançamento de livros a filmes roteirizados por ele.

Na conferência de abertura, às 19h, o crítico de arte Agnaldo Farias vai destacar o valor da obra de Millôr para a arte brasileira.

Em seguida, os humoristas Reinaldo Batista e Hubert Aranha, da trupe Casseta e Planeta, conversam com o cartunista Jaguar, amigo pessoal e parceiro de Millôr em empreitadas jornalísticas, como O Pasquim, jornal combatente em plena ditadura militar.

Na sexta-feira (1º) às 10h, o caricaturista Loredano, o jornalista de cultura Sérgio Augusto e o cartunista Claudius compõem a mesa O Guru do Méier, um dos apelidos do homenageado, que nasceu neste bairro da zona norte do Rio de Janeiro .

Às 11h alunos da oficina de teatro da Casa da Cultura, que organiza uma série de eventos paralelos à Flip farão uma leitura dramatizada da obra do homenageado.

Millôr também influenciou na escolha dos temas centrais das mesas de discussão da Flip, norteadas pela crítica ao poder, pelo humor e jornalismo.

No sábado (2), a mesa Liberdade Liberdade terá os jornalistas norte-americanos Charles Ferguson e Glenn Greenwald. Ferguson fez um documentário sobre crise financeira de 2008, que virou livro (Trabalho interno) e Greenwald ficou famoso mundialmente após revelar as denúncias feitas pelo norte-americano Edward Snowden sobre a espionagem de cidadãos e países feita pelos Estados Unidos pela internet.

Mais tarde, os jornalistas David Carr e Graciela Mochkofsky falam das relações entre a imprensa, chamada de quarto poder, e a política oficial, na mesa Narradores do Poder.

Crianças e adolescentes também vão conhecer e desfrutar da obra e da personalidade do jornalista nos circuitos paralelos Flipinha e Flipzona.

No circuito off Flip, haverá ainda a exibição do filme O Judeu, de Jom Tob Azulay, com roteiro de Millôr, fechando as homenagens no domingo (3) à tarde.

As mesas oficiais da Flip podem ser assistidas ao vivo pela internet no site da Flip.

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