Com direito a homenagem de Adele, Beyoncé também brilha no Grammy
A artista, homenageada por Adele, venceu as categorias de álbum urbano contemporâneo e de videoclipe
AFP
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 11h08.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 11h36.
A britânica Adele foi a grande vencedora do Grammy , mas quase não acreditou na façanha. Em seus discursos emocionados, ela sempre insistiu que Beyoncé , de quem se declarou fã, merecia mais.
Em uma noite temperada com um discurso anti-Trump, as baladas da britânica superaram o discurso ousado, crítico e político de Beyoncé, que mais uma vez não levou o prêmio de álbum do ano.
Adele venceu nas três principais categorias da festa (álbum, canção do ano e gravação do ano, por "Hello"), pela segunda vez, depois de conquistar os mesmos prêmios em 2012. Ela é a única artista a conseguir o feito e agora soma 15 gramofones.
"Não posso aceitar este prêmio (...), minha vida é Beyoncé e seu álbum para mim, 'Lemonade', foi monumental e um apoio para a alma, conseguimos ver outro lado de você que nem sempre nos deixava observar e agradecemos a você", afirmou a diva pop ao receber o prêmio de melhor álbum do ano por "25".
"Lemonade" é de fato o disco mais ousado de Beyoncé, no qual ela aborda as dificuldades e a resistência das mulheres negras, com temas como a força para superar um pai rígido, problemas com o marido e uma longa história de perseguição.
A artista de 35 anos venceu em duas categorias, incluindo melhor álbum urbano contemporâneo por um trabalho em que se aproximou do hip-hop, mas também do rock e até da música country.
Beyoncé também levou o prêmio de videoclipe por "Formation", que faz um tributo ao movimento Black Lives Matter.
"Minha intenção com o filme e o álbum era criar um corpo de trabalho que desse voz à nossa dor, nossa luta, nossa escuridão e nossa história, para enfrentar temas que nos deixam incomodados", disse.
Esta foi a primeira aparição pública desde que a cantora anunciou, nas redes sociais, que está grávida. Ela fez um apresentação com toques espiritualidade indiana e do Egito antigo.
A cantora já venceu 20 Grammys em sua carreira, mas perdey nas principais categorias, como álbum e gravação do ano".
"Meu álbum do ano era 'Lemonade'", repetiu Adele aos jornalistas mais tarde, insistindo que é uma fã fiel da americana desde os 11 anos.
A maldição de Adele?
O monólogo de abertura do apresentador James Corden foi sobre os erros que podem acontecer em uma transmissão ao vivo: o elevador travou, um sapato caiu e o microfone falhou.
Parecia uma premonição do que aconteceria com Adele, que interrompeu sua apresentação em homenagem a George Michael e pediu para recomeçar, e com James Hetfield, vocalista do Metallica, cujo microfone não funcionou durante a apresentação com Lady Gaga.
Depois do microfone que caiu sobre o piano no ano passado e sua voz desafinada, desta vez o problema aconteceu quando Adele cantava "Fastlove".
"Sei que é televisão ao vivo. Sinto muito, mas não posso repetir o que aconteceu ano passado", disse.
Após uma breve hesitação, a orquestra parou e a cantora recomeçou a apresentação. O problema não foi esclarecido.
Uma maldição? O apoio do público, que a aplaudiu, afastou qualquer receio.
Adele abriu a transmissão na TV com "Hello" sem problemas.
Depois de um monólogo de Corden com referências anti-Trump, Chance The Rapper venceu o prêmio de melhor artista novo, o primeiro da noite.
O grande momento político da noite aconteceu na apresentação do grupo Tribe Called Quest com Anderson .Paak, uma das revelações do rap, com a demolição simbólica de um muro - o que Trump prometeu construir na fronteira com o México - e um apelo por resistência.
"Blackstar", último trabalho de David Bowie, que faleceu em janeiro de 2016, venceu em cinco categorias. Muitos criticaram a ausência do disco na categoria de álbum do ano.
Bowie venceu nas categorias melhor canção de rock, melhor performance de rock (ambas para "Blackstar") e melhor álbum de música alternativa, além de duas categorias técnicas.