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Mercado chinês procura por apps de karaokê em carros da BMW

Explorar os gostos locais é fundamental para conquistar clientes na China, onde a adoção de carros elétricos se acelera e as ofertas de automóveis chineses cresce rapidamente

Um videogame na tela de toque em um veículo elétrico Xpeng P7. (Bloomberg/Divulgação)

Um videogame na tela de toque em um veículo elétrico Xpeng P7. (Bloomberg/Divulgação)

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Bloomberg

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 10h59.

Última atualização em 13 de outubro de 2021 às 11h35.

A BMW raramente tem que responder a esta pergunta em showrooms no Ocidente, mas o tópico se torna cada vez mais importante para a venda de carros na China: posso cantar karaokê neste veículo?

Os clientes no maior mercado automotivo do mundo têm exigido que aplicativos de karaokê, como o Changba, funcionem em veículos novos. Fabricantes chinesas como XPeng, Nio e BYD estão na vanguarda dessa tendência, superando rivais ocidentais ao oferecer modelos com microfones de karaokê. A demanda vai além da música, pois consumidores chineses também buscam acesso contínuo a recursos como pagamento no carro e conectividade de redes sociais.

“Identificamos isso como um desafio”, disse Christoph Grote, responsável pela unidade de carro digital da BMW. “Os consumidores chineses são os mais exigentes quando se trata de tecnologia digital no carro.”

Explorar os gostos locais é fundamental para conquistar clientes na China, onde a adoção de carros elétricos se acelera e as ofertas de automóveis chineses cresce rapidamente. O país é o maior mercado para a BMW, bem como para a Volkswagen, respondendo por 36% e 40% das vendas, respectivamente.

Marcas locais têm se esforçado para conquistar consumidores chineses com demanda por recursos digitais. No início do ano, a Zhejiang Geely lançou a Zeekr, uma marca totalmente elétrica voltada para millennials, e montadoras têm recorrido a influenciadores para divulgar seus modelos com a expansão das compras online.

Embora montadoras ocidentais tradicionalmente tenham visto a conectividade digital como um recurso pelo qual podem cobrar mais dos clientes, suas rivais chinesas usam essas ferramentas como um facilitador para integrar serviços de terceiros, disse Bill Russo, CEO da Automobility, uma consultoria de Xangai.

“Esses serviços digitais são dominados por players do ecossistema local na China, e as multinacionais geralmente não têm colaborações locais profundas necessárias para gerar receita com esses serviços”, disse Russo.

A BMW ainda não oferece recursos de karaokê em seus carros, mas trabalhou com a Tencent para integrar uma função para pagar taxas de estacionamento por meio do popular aplicativo WeChat Pay.

A fabricante planeja usar uma joint venture formada no ano passado com uma empresa de tecnologia de Nanjing, a Archermind Technology Nanjing, para expandir seus recursos de conectividade e está aberta a outras parcerias, disse Grote.

“Você precisa de um roteiro de tecnologia para a China e de recursos locais”, disse. “Nossa joint venture nos permite desenvolver diretamente dentro do ecossistema de tecnologia chinês.”

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