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MELHORES E MAIORES 50 anos: Vicunha aposta no Nordeste e na modernidade para ser destaque em moda

Vicunha venceu nove vezes na categoria Moda Têxtil a mais tradicional premiação de economia e negócios do país

Vicunha: empresa é uma das maiores do mundo no setor têxtil.  (Vicunha/Divulgação)

Vicunha: empresa é uma das maiores do mundo no setor têxtil. (Vicunha/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 1 de setembro de 2023 às 11h39.

Última atualização em 1 de setembro de 2023 às 18h09.

O ano de 1976 foi marcado pela alta da inflação com 46,29% no acumulado do ano. No comando do país, o regime militar sob a Presidência do general Ernesto Geisel. O ano também foi marcado por mudanças na política externa, com o início do processo de abertura política, conhecido como "distensão", liderado por Geisel. Eram tempos de desafios, e de oportunidades para as empresas bem posicionadas.

Neste mesmo ano, a Vicunha sagrou-se vencedora pela primeira vez no prêmio MELHORES E MAIORES. Na época, a empresa ainda se chamava Têxtil Elizabeth e era gerida pelas famílias Steinbruch e Rabinovich.

Atualmente uma das maiores empresas têxtis do mundo, a Vicunha contabiliza nove vitórias em M&M, sendo oito como Têxtil Elizabeth. Em 1997, Jacks Rabinovich, então presidente da empresa, disse à EXAME que um dos sucessos da companhia se devia à sua visão de futuro. É uma característica que segue essencial para a empresa que divide com Alpargatas e Beira Rio o panteão de maiores vencedoras da história em Moda e Vestuário.

Em 1985, a Vicunha inaugurou sua primeira fábrica na Região Nordeste, em Fortaleza. Na época, apenas 500 funcionários trabalhavam no local. Já em 1997, a fábrica contava com 5,8 mil funcionários. Hoje, são 7 mil funcionários nas cinco fábricas, sendo três no Brasil, uma na Argentina outra no Equador.

“Nossas fábricas no Nordeste são eficientes e versáteis”, disse Rabinovich na época. Marcos De Marchi, atual CEO, reafirma o ponto de seu antecessor. “A Vicunha sempre apostou em fábricas modernas, equipamentos estado da arte e logo tomou a decisão de se mudar para o Nordeste, onde há abundância de mão de obra e cultura têxtil”.

Além da visão de futuro na qualidade de maquinários, De Marchi destaca os valores ESG, presentes desde a fundação da companhia. “Em algumas regiões do Nordeste há uma certa carência de água, o que levou a Vicunha há muitas décadas, por exemplo, a buscar por processos que usam pouca água”, diz. Além disso, mais de 7 mil toneladas de retalhos de algodão são reprocessadas anualmente pela empresa. “O que serve de porta de entrada para muitos clientes europeus”.

Planos para o futuro

Para o futuro, a empresa pretende continuar com o foco na sustentabilidade e no cliente. “Entendemos que o nosso papel não se limita apenas a ganhar dinheiro, mas ter um papel positivo na cadeia”. Para auxiliar na expansão sustentável na produção dos clientes, a Vicunha inaugurou a lavanderia V.Laundry, o primeiro centro de inovação e tecnologia da indústria têxtil na América Latina. Localizado em Maracanaú, no Ceará, clientes podem testar nos tecidos Vicunha diferentes tipos de acabamentos, lavagens e construir suas coleções.

Por lá, é possível, por exemplo, aplicar sistemas mais sustentáveis, como uma lavagem feita inteiramente a laser, sem uso de água. “A peça piloto e a fórmula empregada na produção são despachadas para o cliente em até 72 horas”, diz De Marchi que encerra a entrevista com um dos lemas da Vicunha: “nosso foco não é no cliente, mas do cliente”.

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